quarta-feira, outubro 11, 2006
















INCESTO

Rompe-se afinal a bolsa,
Abre-se o útero, da noite,
E renasce o dia.
Não tão menino, não tão pequeno,
Um prodígio, em forma, em imensidão,
Em luz, com cor, em vida.
A noite é a mãe do dia.
O dia é o pai da noite.
Incestuosamente, vão,
Reincidentes no erro, vêm,
Desde os confins, se auto-gerando.
Rompe-se o barulho do dia,
E surge a noite, em seu leito imenso,
E tudo que ela quer: silencia, calmo,
A companhia das estrelas,
Andar comovida, devagar, até o leito,
Onde irá deitar-se, rebentar o dia.
Que nasce com seus alaridos,
Um choro calmo, comovido,
O sol, como sua única companhia,
Não tarda, enfim, acalenta o dia
.
naeno:111006

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TERESINA

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