sexta-feira, outubro 06, 2006
SEM NOME
Nunca, por toda a minha vida,
Até aqui conduzida,
Me senti, estranho assim,
Como se tirassem de minha boca,
A boca que era minha.
Mãe, me aparovei com a vida,
Por que é que ela sempre me tira,
As coisas boas, mais queridas.
Mãe, larguei-ne a chorar incontido,
Como se algum perigo,
Tivesse a me apontar,
A perigosa ponta de uma agulha,
Que o meu corpo, fácil, fura,
Ah mãe por que fui me dar, amar.
O amor de todos os algozes,
É o que, impiedoso, nem te olha,
Executa. Friamente, depois,
Retira o capuz e volta.
Amor, indesejável pena,
Por quem tu nutres pena,
Piedade por atormentar.
Mãe, o teu amor é seguro?
Eu posso apagar as luzes,
Posso em teu colo descansar?
naeno:061006
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TERESINA
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