domingo, outubro 15, 2006













SILÊNCIO PROPÍCIO

Por muito tempo, muito tempo mesmo,
Nenhuma voz escuto, tudo calado,
Emudeceram os passantes, gesticulam apenas,
Por sacrifícios quando se cruzam no estreito.
E existem sinais visíveis de vida nessa gente,
Ainda enrubescem seus rostos na claridade,
E exibem o viço, o caminhado em pressa,
Apenas silenciaram. Calaram, sob alguma ordem?
E quem dentre todos, haverá um com tal poder,
Ainda que retrocedêssemos às épocas mais remotas,
De reis caprichosos, de decretos loucos,
Nem assim se viu falar na história. Emudeceram ?
Também é improvável uma praga semelhante.
Também não tenho noticias. E engraçado,
Ele não se incomodam na condição de mudos,
Sem possibilidades de comunicação, um com outro.
Ou acaso, só eu falo, e ainda todos dormem,
Que o dia e a pessoas que vejo, são as de ontem,
Que se prolongaram, noite adentro, e eu sonho?
Mas que sonho é esse onde as pessoas se movimentam,
E por pouco, por me abster, nelas não toco,
Não beijo, não abraço, não cumprimento,
Também a maioria eu desconheço, nunca sequer vi.
E elas continuam mudas, mudas que falam,
Que se cortejam, que mandam beijos, caladas.
Alguma coisa estranha vejo porque não ouço.
E não vejo sinais, intentos em suas bocas.
Parece que se comunicam por radares, como naves,
E o silêncio continua, num barulho intenso em mim.
naeno:151006

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TERESINA

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