quarta-feira, outubro 11, 2006













SOU, EU

Sou o que não se pode dizer de uma flor,
O que não sobra pra mostrar quem sou,
Um reles vivo, mas do que vivo, não sei.
Um operário, que conta o horário, sou,

O que não se deve contar das pessoas,
Como se todos fossem iguais, não sou,
Eu sou antigo, um sino triste que ressoa,
Uma aparência, uma tendência ao pó,

Das minhas vestes sujas e largadas,
De minha história um conto misturado
Como de tantas pessoas,desencontradas
Sou eu este pedaço, menor, ressecado,

Dos meus caminhos, áridos, de fome,
De alguém passou todo o abandono,
Tal como um corpo sob os escombros,
Que todos sabem vive, mas ele some.

naeno:autoretrato:111006

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TERESINA

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