domingo, outubro 15, 2006

















VISITA

Revisitarei aquelas velhas terras,
atrás dos mesmos aguados,
das mesmas pedras onde dias,
sentava-me pensando nada.
Irei de canto em canto,
e em todos me encostarei,
pra descansar do que eu fiz,
para o que tenho por fazer,
passarei de casa em casa,
se ainda houver, posarei,
direi bom dia, ô de casa,
e do fundo eu escutarei,
a voz mansa, de Seu Doca,
com ele eu trovarei,
o Romance do Vaqueiro,
as aventuras de João Grilo,
outras estórias eu contarei.
Pousarei por sobre as copas
da mangueira, do cajueiro,
fiarei dias inteiro, no lugar,
lugar dos meus tempos, inteiro,
levando tudo de mim, guardado,
caso haja algum impasse,
em mim mesmo buscarei,
porque de tudo eu sei, tudo.
Foi lá onde eu rebentei, menino,
homem, orgulho do meu pai.
Uns dias ainda vou por lá,
em busca do mesmo ar,
e passa o tempo tão ligeiro,
a modificar tudo, em digestão,
uns dias mais e eu matarei,
esta saudade desdita, pois sei,
que ela acaba me matando.

naeno:151006

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TERESINA

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