domingo, março 16, 2008

VIDA

Depois que a vida chorou pelos meus olhos
E soprou a minha boca pela boca dela
Temos sido assim amantes
barulhentos
Quando em nossas encruzas
Mostramo-nos os dentes.
Depois de fincada no chão uma semente,
Pelas mãos dela, e eu era um silente
Pequeno grão suado por sua mão fechada
E ali já germinava, e ali eu
florava.
Aflora agora uma vida em dormência
Sob os caprichos dos seus pés, fui
Calcado, e transplantado tantas vezes
Por não ser o enfeite pra sua j
anela aberta.
E eu não pergunto de mim a ela
Não incomodo a dona dos arados,
E o que quer de mim, nessa lavoura úmida?
Que eu chore, que me decline.

Serão meus frutos de sabor ruim,
Que ela não arreda o seu olhar,
E quando eu digo gosto desse canto,
Ela me espanta apontando um outro igual
Faz-se arrendatária
, também de mim.

Eu me iludo que com os outros.
É mesmo assim:
Por ela transplantados, fustigados,
Enxertados,
lavrados.
E que não têm sentido
Os seus caprichos arcaicos.
Tem tudo acertado, e sabe
o que faz.

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Naeno* com reservas de domínio

TERESINA

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