quarta-feira, dezembro 03, 2008

tela do pintor AMARAL

SIMPLES

Nunca construí uma poesia
Como quem faz uma casa de praia
Sempre, ela pisa onde quer.
Esqueci-me das palmeiras de babaçu
Postas na área de entrada
Fazendo um caminho
Que por gentileza fica no chão.
Nunca premeditei uma poesia
Como quem virtualisa um amor alado
Desengonçado e trabalhoso.
Como o que sentiu fazer
A primeira maravilha do mundo.
Nunca imaginei a poesia
Como quem idealiza um amor
Não amo as poesias que faço.
Antes, às vezes as odeio e rejeito.
Elas me consomem tudo, o tempo,
Todo o amor de que disponho, traço.
As poesias que têm saído
De meus inventos,
Das rimas que persigo, imerso
Vem do universo.
Vem como chuva
Vem como anjos que voam ao léu.
Por isso haver tido delas
O conforto nas noites frias,
E nas noites de calor
O abanico de um cacho de flores.
Por isto eu me arrepio, choro...
Nada, é só uma troca de cortesias.
Uma retribuição do que de mim
Dei de coração ao mundo.
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naeno* com reservas de domínio

TERESINA

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