quinta-feira, fevereiro 19, 2009

MATULÃO

Vivo das lembranças
De levantar do chão meus pés andarilhos.
Nessas investidas, quase muito eu vi.
A florada no seu tempo certo,
E escutei com displicência o argumento dos homens
Duvidosos das chuvas, de língua seca.
Morro das lembranças:
De apanhar do chão
Meu matulão cansado da estrada.
E eu um homem desertificado
Rezado, benzido pelas sombras boas.
Cacho de alecrim, para espantar mutuca,
Deixando um cheirinho
Que a elas logo assusta.
E de noitinha ouvir a sinfonia mais desencontrada
Da saparia regida do maestro ensaboado.
Araras no topo jogando migalhas
Que até eu, com a fome, que chega às mesmas horas,
Peguei e comi lembranças do chão.
Adoeço só de ver as estradas encobertas
E um céu descoberto, sem uma nuvem que se pise.
Quanto mais me disto desses lugares meus.
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naeno* com reservas de domínio

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

MÁRIO QUINTANA

Escrevo olhando para o céu,
O papel é da mesma cor azul,
Verde, a caneta, da esperança escrita.
E também desenho um pássaro ao léu.

Estou curioso por ver a paisagem enfeite
Misturo tons que me arregalam a visão,
Buscando sempre as mesmas descobertas,
O céu, é inútil querer dar-lhe outros efeitos.

Brinco com a luz incidente na folhagem,
Que pinto e bordo, da cor e do cortado,
E que propunha, a poesia, enfeita-se
Desses desmandos de nova linhagem.

Ando volátil como o ar rompido,
Que acolho e beijo em minhas mãos aos poucos
E me permito voar com ele aos pedacinhos
Aí nessa folha como tenho sido.

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naeno*com reservas de domínio

TERESINA

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