sexta-feira, setembro 17, 2010



CHORO PRA CARALHO

Eu não choro de uma vez, um único pranto.
Choro aos pedaços, que não se estanca
E quem mede o tanto é o que despeja
É o poder de jorro, a aflição do sentimento
E o sangradouro do coração.
Quanto mais lembro o que já esqueci
Mais me respinga as vestes, águas que se invertem
Em doçura e sal, em candura e mal.
E eu choro, pelos olhos, e narinas
Me molho inteiro, como um dia de janeiro.
Para o que já previam um temporal sem controle.
Choro pelo choro, das lágrimas que vejo
Pelas que escorrem e eu pressinto o veio
Que é infindo, deságua não sei onde
Mas em algum lugar do mundo
O que verti terá valido, como água
Como alívio da sede dos sequiosos
Choro pelo que vem, ou vai, e pelo que nem sei.
Choro pelo que imagino e não vejo
O que imagino existirem, por ai, como eu
Corações mais férteis, lugares desertos
Quem ame mais que eu
Pois não se chora e se dissolve pelo mesmo mal.
E o que provoca essa explosão interna
Dos leitos sob a terra, lágrimas de olho
São as dores, são as dores, são as dores.
São os amores, são os amores, são os amores.
As dores que causam os amores quando doem.
Os amores que causam as dores quando doem.
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TERESINA

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