DE DIA
Tarde demais para acostumar-me com a sombra.
Eu que venho por todo o dia tangendo a claridade
Vendo brotarem flores novas nos escombros.
Cativa-me o medo da noite agora, e fico só
Desterrado do teu regaço, posto solto
Como um menino que larga o peito, e agarra o mundo.
Não tinha planos para as estações,
Em todas eu plantei, e depois desenterrei todas as sementes
Foi uma brincadeira de menino, uma experiência de nascer.
E morri, quando os teus olhos se fecharam
Não te via mais, e era tu que não me enxergarvas.
Cedo demais para outras colheitas entre os apanhados.
Ninguém saiu, são os mesmos rostos de ainda pouco
E tudo o que eu tinha entreguei em troco,
Ao sol, que reneguei, ao dia que decepei,
Da noite que fez dos meus quereres tardios.
Agora é o mesmo tempo de todo o tempo,
Nada serviu a aplacar em mim a réstia
Que persuadiu-me e dormi com ela.
Veio pela janela, insistente o dia, repelido,
E se insinuava como uma amante afogada
Em amor querendo dar-se, alforriada.
Agora que sabes que não me atormentam as nuances do dia,
O tempo, comigo tem sido um elástico tenso
Que ora está aqui, mostrando-me os taciturnos gestos
Ora se afugenta, talvez medo de mim, talvez medo dele.
E só Deus saberá contar as horas em que me larguei daqui
Saí sorrateiro pela lateral do terreiro e nunca mais me vi.
Vi uma sombra calcada sob meus pés, derrotada
E nada de mim, nem do dia, nem de nada mais restava.
Tarde demais para acostumar-me com a sombra.
Eu que venho por todo o dia tangendo a claridade
Vendo brotarem flores novas nos escombros.
Cativa-me o medo da noite agora, e fico só
Desterrado do teu regaço, posto solto
Como um menino que larga o peito, e agarra o mundo.
Não tinha planos para as estações,
Em todas eu plantei, e depois desenterrei todas as sementes
Foi uma brincadeira de menino, uma experiência de nascer.
E morri, quando os teus olhos se fecharam
Não te via mais, e era tu que não me enxergarvas.
Cedo demais para outras colheitas entre os apanhados.
Ninguém saiu, são os mesmos rostos de ainda pouco
E tudo o que eu tinha entreguei em troco,
Ao sol, que reneguei, ao dia que decepei,
Da noite que fez dos meus quereres tardios.
Agora é o mesmo tempo de todo o tempo,
Nada serviu a aplacar em mim a réstia
Que persuadiu-me e dormi com ela.
Veio pela janela, insistente o dia, repelido,
E se insinuava como uma amante afogada
Em amor querendo dar-se, alforriada.
Agora que sabes que não me atormentam as nuances do dia,
O tempo, comigo tem sido um elástico tenso
Que ora está aqui, mostrando-me os taciturnos gestos
Ora se afugenta, talvez medo de mim, talvez medo dele.
E só Deus saberá contar as horas em que me larguei daqui
Saí sorrateiro pela lateral do terreiro e nunca mais me vi.
Vi uma sombra calcada sob meus pés, derrotada
E nada de mim, nem do dia, nem de nada mais restava.
11 comentários:
O menino já aqui dizia qualquer coisinha...Não acha?
http://absolutamenteninguem.blogspot.com/2007/08/esquerdalhas-e-faschizoides-5.html
Grato
Um texto lindíssimo e digno de um liberticida reacionário imperialista que quer ver o povo entregue à sanha assassina de Bush. Nós, defensores do movimento democrático nacional-socialista bolivariano, lutaremos até a ultima gota de sangue contra tal igonímia.
Êta Gênio, que ressaca!
Um abraço
Naeno
palavras fortes. sentimentos e a ausencia presentes. belissimo texto. virei fã.
naeno, dança pelas letras com uma desenvoltura absurda, quando crescer quero escrever que nem tu.
Obrigado pelo comentário. Tenho medo de bolivarianos e de marcianos... belo poema camarada, espero que visite o cão um dia http://ocaocelestial.blogspot.com
Tchau, gajo.
Nossa, belas palavras!!
Abraços!!
Naeno, seus poemas são verdadeiros colírios. Beijocas
Amigo Naeno. Lindo este poema feito em texto,de grande sentimento e de verdade.
Beijinho amigo.maripossa
ola..
obrigada pelo poema.:)
voce que escreveu??
muito bonito..
mas meio triste não?
Obrigado a todos que se manifestaram comentando o meu poema. A todos vocês o dedico, com a sinseridade das chuvas no seu tempo.
Naeno/15/08/1007
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