domingo, maio 06, 2007

DECERTO

Vi a terra toda cavoucada
Em todos os seus sentidos perdidos.
Vi a semente aflita
Como um filho faminto em seu berço,
Boiando como peixe sem vida.
- Aditem-se contra os posseiros
Essas calamidade que me doem os olhos.-
Que nas suas investidas,
Nas veredas que dão adiante,
Adiantam-se sem saídas.
Alternam suas porteiras,
Empunham suas foices
Num dizimar sem limites.
Vão-se urubus,
Acabou tudo, a terra estica
A morte que prenunciada,
Hoje é notícia.
Mexeram na terra de Deus,
Mexeram com os calos seus.
Virá agora tudo de vez,
Melancias cairão do céu,
Suas rameiras cobrirão a visão
Do Paraíso.
Pra que chapéu,
Não tem mais sol,
Nem virão mais chuvas.
Tudo esvaziou-se como carcaça de boi morrido.
Como um distúrbio
Da mente, um pesadelo da gente,
Acabou-se terra natal.
Ninguém nasceu aqui,
Nestes buracos sem fundo,
E nestas intermináveis brechas,
Acaba-se por enterrar o mundo.

3 comentários:

Dri disse...

Obrigada pela visita e pelos lindos versos deixados no meu Deserto.

Voltarei aqui mais vezes para apreciar seu espaço.

bjos

Verena Sánchez Doering disse...

Naeno

estoy tratando de enviarte un correo para que sigas algunos pasos para que puedas comentar en el blog Luso
pero se devuelven, y el que sale aqui tambien
por favor enviame un correo tuyo para que puedas comentar en Luso y enviarte mi mail

besitos y una linda semana

raposoluana disse...

obrigada pelo comentário, belas poesias viu?
:*** boa semana.

TERESINA

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