segunda-feira, abril 16, 2007

AMOR, A MORTE

Águas de enxurradas do amor, quem se arrisca,
A segurar garrancho e se assentar em lodo,
Rio sem futuro, que depois da chuva, a vista,
Não terá mais rumo, o que se ver de novo.

Bate o vento trazendo a chuva que tudo traz,
Uma esperança, o amor, lembrança de se agarrar,
Uma vontade espessa, algo que nos faz,
Pensar eterno, desejar os restos que se assentarem.

Águas corredias, no sentido contrário,
O amor nos conduzindo pra de novo se largar,
E tomar o leito revertendo, o horário,
Quando mergulhamos loucos por lhe abraçar.

Uma cuspideira, sujeira do mar,
O amor assim quase sempre nos traz,
Já perdido o fôlego, a visão, o ar,
Dá-nos sua boca como um salva vida, só isso faz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Naeno, todas as vezes que venho aqui me surpreendo com o teu talento e o quanto produzes.
Esta poesia, é de uma clareza, e uma elaboração muito apurada.

Um beijo

Ana Dias

TERESINA

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