quinta-feira, janeiro 31, 2008

DESAFORTUNADO

Eu conheci a casa de um desafortunado
Nela vivi quase toda minha vida,

Apanhei gravetos para os invernados,

Puxei gavetas e guardei retratos,
Um arquivo morto de mim retirado.
Eu andei por dentro da casa cumeada
Tropecei pelos atalhos, cadafalsos
Troquei uma vida, que me dera, inventada
Por uma que eu vi de perto, andando enfalço
Fui o primeiro desordeiro do motim.
Não tive nunca uma gota de raiva.
E foi assim, andando, dentro e fora dos pântanos
Que hoje dou graças à sorte fora de mim.
À imaculada virgem, mãe da Conceição
O meu amparo, de quem mais eu vi nos olhos,
A minha amada, o tempo todo cortando a rota
Dos desamados, sempre me trouxe por sua mão.
Fiz pisoteio até o cultivo das pedras guardadas
E vi a festa da colheita das formigas,

E disso eu disse, com o coração e alma aflitas:
- Não me descanso, mesmo quando estiver sentado.
E da lavoura que os cupinzeiros demarcavam,
Das espigas de milho bem debulhadas,
Pus o sabugo como mastro da bravata,
E lutei só, com Conceição, nela amparado.
Olha-me Deus, no que escrevi,
Eu relatei a minha vida e Vos traí,
Era um segredo até o tempo por vir,
Até cansar, e cansado, aqui cair.

14 comentários:

Lúcia Laborda disse...

Oie lindinho! Poxa amei, viu? O final achei maravilhoso!
Bom fim de semana!
Beijos

Claudinha ੴ disse...

Olá Naeno, quanto tempo!
Forte,intenso. Uma leitura de vida!
Gostei !
Um beijo!

Anônimo disse...

Esse poema foi exemplo de vida.Mesmo com dificuldades e aparentemente inerte, a luta prevalece.
Beijos.

Lúcia Laborda disse...

Oie meu amigo lindo! Passei para lhe ver e desejar uma semana feliz!
Beijos

Carmim disse...

Apesar das contrariedades da vida, há quem se mantenha firme na luta, e quer-me parecer que são esses que não são esquecidos.

Beijo.

Flávia disse...

Muito, muito lindo esse poema!
AH, gostei do visual novo daqui tb, combina mais contigo!
Boa noite!
Bju

Lúcia Laborda disse...

Oie lindo! Passei para lhe ver e desejar uma boa semana!
Beijos

Eliana Tavares disse...

Lindo, como sempre!!!!
Beijossssssssssss

Unknown disse...

Mais um lindo poema. Adorei.

Um beijo
Luiza

Anônimo disse...

Oi Naeno,

Que intenso esse poema. Você já publicou algo fora da net?

Querido, o Aliciante mudou de endereço:http://bruna-testandotudo.blogspot.com/

Um beijo enorme

Esyath disse...

Naeno,

sua página é um território desconhecido para mim, mas aqui me senti presa e com uma necessidade surpreendente de sempre voltar.
Esse último post está excelente, de algum modo, reflete o que acontece com o passar do tempo com alguns de nós... Temos nossos destinos as vezes previamente traçado, mas com a experiência de vida... acabamos percebendo que se faz necessário que criemos uma nova estrada, porque jamais as coisas serão como antes... jamais eu conseguirei ser ingênua como fui um dia, não depois de ver de perto o sofrimento de tantas pessoas... e de ter aprendido que posso ser boa ou má, estar certa ou errada, mas jamais serei novamente ignorante perante a realidade da vida... Gostei do seu post. Fazer o ser humano nos dias de hoje... refletir... é apenas para - como eu disse antes, sei que estou repetitiva, não é!? - alguns poucos...

Beijos (Des)conexos!

Anônimo disse...

Boa noite, Naene!

Vi um poema seu na página da menina Loba e adorei, fiquei curiosa e vim conhecer seu espaço... Te tirar o fôlego tudo aqui... sou apaixonada por poesia e aqui me encontrei e me identifiquei com muitos de seus postsm parabéns por tudo! O último post retrata uma realidade muito bem conhecida por nós, nordestinos...
Deliciei-me com tudo aqui...
Deixo o convite para conhecer meu cantinho e te ofereço minha amizade sincera, com certeza terei muito a aprender com vc!
Beijos no seu coração, que vc tenha sempre a sabedoria dos anjos!

Lúcia Laborda disse...

Oie meu amigo lindo! Passei para lhe desejar um bom fim de semana!
Beijos

Unknown disse...

Naeno, Não gostei do ¨enfalço¨.

TERESINA

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