quinta-feira, agosto 31, 2006


MULHER


Mulher, por que havias de ser,
um ser tão diferente,
de olhos relusentes,
e estrelas no olhar.
Mulher, por que havias de amar,
amar, tão profundo,
amar, tão imprudente,
És o ser só amor
És emplastro pra dor,
És a estrela e a flor
És o que pouco sou.

Mulher, o que mesmo és,
Tu és o revés, da hipocrisia,
Tudo em ti rodeia,
E na lua cheia,
Te vejo só mulher.

Meu amor nunca conta,
Ele me desaponta,
Por ser fácil de amar,
Uma figura plena,
De uma sombra amena,
De vistas serenas,
Que eu adoro olhar.
Mulher,
Colher,
Que levo até à boca,
Mulher,
Colher,
Da minha messe toda.

naeno:310806












CRUEL

Todo mundo tem um segredo guardado,
quadros de um filme que não foi revelado,
só prá negar a gente, o que se sente,
só prá manter-se débil, indiferente.

Todo mundo tem no peito uma dor,
isso aí que é a verdade, meu amor,
não vamos retirar panos do cesto,
não vamos que começa o chororô.

Eu devo estar sempre entreaberto, um porta,
para passares qundo fores, e na volta
eu teho tudo que feio, exposto em mim,
e sabes porque? Porque sou mesmo assim.

Tu deves ser radicalísssima, meu bem,
li nas cartas, que pessoas do eu signo tem,
catarata nos dois olhos, e o lhes consola,
é o que a estatística revela, meu amor: muitos também.

naeno:arquivo:01




CHUVA

A corrente de lágrimas não cega,
Eu tudo vejo a chorar, e nunca, nem por um segundo escapou-me de vislumbrar-te,
Então não duvides que choro a toda hora do mundo,
Mas de ti mulher formosa eu nunca deixei de ver,
O mal que poderia ser feito, por lágrimas não desejadas,
Seria marcar caminhos, dos veios que se encaminham, também para o teu olhar.
Chorar, chorar, molhar, como chuva pedida, a alma já entrestecida, eu tenho feito lugar,
Te ver, te ver, notar, em ti o meu grande amor, que a ele sempre me dou, sem estancar, sem ventar.
Chorar não é covardia, e quem diz não chorar, não chora, e o pranto faz moradia,
Resta saber onde mora, mas os que choram, eu sei onde molha, mas não vejo nada brotar.
Choro o tempo todo, é de chorar, o tempo que eu tenho é de plantar, em mim mais sentimentos, e eses, fazem brotar.


naeno:apanhados:04


O COMEÇO

Começou aqui, meu bem,
nesta terra santa,
nesse mangue estreito,
desse pé de cana.

De Olinda, para São Vicente,
do mar para o Oriente,
lá prás Canárias Ilhas,
Minha maravilha.

naeno:apanhado:82



conflito

Um meu lado vive só prá te amar.
O outro lado insiste só em reclamar,
que só olho a ti, sem me preocupar,
que toda dor ele vai suportar.

Um meu lado diz, dói a sodidão,
que a dor que arde é no seu coração.
E o outro, assim, condorda com ele.
De ti nenhum quer abrir mão.

nano:apanhado:84


Á TOA


Sob o teu domínio, a vida me magoa;
e tu te aparentas numa alegria, à toa.
O tempo muda, era calmo, agora ventania,
por que te recusas, admitir que és boa.
Porque tu espezinha a minha vida parca,
se o sentimento teu, conheço vaga,
orbitando em mim cheio de loucuras,
saudades, carências, mas tão abstratas.
E o que farias se de dor morresse,
e se entorpecesse, meu coração doído,
seria o que terias prá falar, diante
do que tu mais queres, que hoje já é ido.
Por acaso tuas lembranças, cheias,
te agoniassem e tu balbuciarias,
meu nome dentro deste fogarel,
ai, que teu nome eu tanto chamaria.

naeno:apanhados:02



FESTA


Pessoa feliz, que do desengano
volta com a vida, num feliz retorno
depois de noites, conflitos loucos,
descobre enfim que tudo era engano,
que por momentos ruins, tão cruéis,
agora os planos são viver de novo.

Trocada as vestes, para a festa,
o novo homem quer comemorar,
o reatamento com quem adora-ra
sempre, na ausência, e o tempo que resta,
de um desengano de ainda ser feliz,
é bom que dance, e um riso na cara.

Homem feliz que prendeu no tempo,
ter paciência não desesperar-se,
disse-lhe o monge consagrado, lento,
perde-se a vida, sim, mas em num momento,
ela lembrando-se, sim, poderá voltar,
e com gestos brandos mortificar o tormento
.
.

naeno:apanhados:02




quarta-feira, agosto 30, 2006


PRINCESA


Se fosse preciso, daria-te-ia uma estrela,
que a buscaria lá no firmamento,
mesmo sem ter asas, e nem ser um santo
como os que estão lá neste momento.
Se tu desejasses, daria-te-ia toda realeza,
e te envolveria de toda a nobreza,
te ornamentaria, como ninguém faria,
e serias chamada: a mais bela princesa.
Mas se nada disso quisesses de mim,
te daria uma coisa, a mais facil que tem,
que em todo lugar, passam vão e vem,
faria contigo um lindo nenem.
E se ele acordasse na madrugada fria,
dava o seio a ele, mas não de acordaria,
trocava suas fraldas, lhe dava leite,
eu o qietava, e não te incomodaria
.

naeno06




És tu morena, o beijo eterno,

desse namoro da rosa com o beija-flor,

o sincopado do chico-preto,

pombo correio, mensageiro do amor

Não é só isso, bem mais tu és,

és os acordes canções dos imrtais,

na lira branca, no violão,

dos passarinhos qe cantam nestes quintais.














Meu amor, traz o teu coração,
numa emergência,
que a paciência
do meu viver, morreu.


Sai meu coração,

Sai meu coração de mim,

Vive doendo o meu peito,

De tanto amor e desejo,

Sai meu coração de mim



Sai meu coração,

Sai neu coração de mim,

Com tanta dor, amargura,

Porue tanta desventura,

Sai meu coração de mim.



AMOR

O que é o amor;

se não, uma espécie de dor,

que qundo ela passa dói,

que quando é sangrada abranda.

O que é o amor;

se não uma espécie de pranto,

que qundo soluça, acalma,

que quando se estanca, rói.

O que é o amor;

se não uma espécie de pena,

que quando mais larga, amena,

e quando é relevada, tranca-nos.

O que é o amor;

se não um grande pileque,

o tempo que dura é bom,

e que quando passa é ressaca.

O que é o amor;

se não uma cachoeira,

que quando é inverno é linda,

e quando é verão, é seca.

naeno06



VEM


Ha muito tempo eu estou querendo um beijo seu,
mas diferente de tudo que você me deu,
eu quero um beijo molhado,
vendo o seu rosto de cima,
voltar suado lá do escuro da mina.

Faz muito tempo e estou querendo um abraço seu,
bem diferente de todos que você me deu,
eu quero um abraço de coxa,
apertado, meu quadril,
correr nos campos, trazer flores de abril.

Ô menina, por que não ouves o teu cantador,
ai, morena, eu ando louco pelo teu amor,
Vem menina, mas vem sem pena, nem depiedade.
traz esse seu corpo e vem fazer comigo,
o movimento louco da felicidade.

naeno:06


Passarinho,

um rio indo, na corrente,

é um destino que só acaba com a morte,

contravir é sacrifício,

que só peixe faz, perdido,

confudindo o sul e o norte

PASTORES DE DEUS

Três menininhos,

tão diferentes,

Viram Maria,

Eram videntes.

Os partorzinhos,

Pastoreavam,

O pasto crescia,

Por onde pisavam,

Dois eram irmãos,

Uma era prima,

Mas todos eram,

Predestinados,

Tão diferentes,

Todos tementes,

A Deus e aos pais.

Sei que eles iam

Não por vontade,

Pois menino gosta

É só de brimcar.

Brincar nas folgas,

Nem ir a escola,

Disso eles gostam.

Mas quando olharam,

Para uma árvore,

Que tantas vezes,

Já tinham olhado,

Viram Maria,

A Mãe de Deus,

Pairando, entre,

O céu e eles.

Mas só, um deles,

Com Ela falou,

A pequena Lùcia,

Que se segredou,

Com a confiança,

Que a Virgem teve,

Lúcia guardou

Os seus segredos

Hoje, Jacinto,

Um dos meninos,

Tornou-se um anjo,

Tão bonitinho.

Também Maria,

Já se encantou,

E em santa pura,

Se transformou.

Só ficou Lúcia,

Com os segredos,

Que a Virgem falou,

E a ninguém conta,

Porque não existe,

Quem cale e quiete,

Ninguém resiste.

naeno: 06



FÁTIMA

Viram os meninos pastores,

do céu uma luz, descer e pairar sobre a terra.

E dentro, em seus corações,

sentiram a invasão da fé e de tantos segredos.

E como a mndo de Deus, caíram no chão de joelhos.

Fátima, Fátima,

a Mãe do Senhor entre os homens.

E eis o que a Virgem falou,

Sou Eu, a Senhora, que leva o rosário da fé.

E a qualquer descaminho,

as contas serão maneiras de se conduzir.

Como uma mãe fala a um filho,

pediu que assim, nos guiasse.

Fátima, Fátima

A Mãe do Senhor entre os homens.

naeno:01



CALAMIDDE

Venham, quem for morador da terra,

fugitivos da mesma guera,

venham conter a loucura.

Venham, os que querem espaço no mundo,

na paz vê-lo tão profundo,

venham conter o desastre.

Venham, quem faz aqui moradia,

se for já noite, ou se for dia,

venham reter o absurdo,

Venham, quem for vivente das matas,

ajudem-nos às patadas,

manter este mal vivente.

Venham as águas, em pororoca,

amor a gente se troca,

venham guardar o bem.

Venham os de outros planetas,

aqui reina o capeta,

venham juntarse a gente.

Contra os arrojos do homem.

aqui tá de um jeito tal,

que se correr passa mal,

e se ficar ele come.

naeno:06




PRESENTE

Tenho uma estrela na mão

tenho e não posso soltá-la

pois se soltá-la não a vejo

ela fica de mim tão distante,

eu me contento com o brilho

que sai por entre os meus dedos

e eu não queria que alguém,

dela soubesse, não,

não que eu a tenha roubadoi,

eu subiria tão alto

a pegar ela com a mão.

Foi Deus que ela me deu,

de que a Ele eu pedi.

De modo tão inesperado,

primeiro Ele fez chover,

e, depois, escurecer,

para que ninguém notasse,

Ele a estrela tirar,

daí, Ele mesmo desceu,

e a colocou nos meus braços.

ela ainda estava dormindo,

e temendo que ao acordar,

pudesse parao céu voltar,

corri pequei um cordão

e amarrei ela num laço.

Sei, um dia vão descobir,

quando o céu menos luzir,

não iluminar com a mesma luz,

e eu não suportar mentir,

soltarei minha estrelinha,

e direi vai lá para cima,

lá continuas a ser minha.

O certo, que por enquanto,

ela ainda está comigo,

e o brilho dela é só meu,

mas fazendo falta aos homens,

um dia eu abrirei mão

da estrela que Deus me deu.

naeno: escritos juntados:92


VELHO MONGE

O rio em minha vida é um marco,
Desde quando era um menino,
Lá perdia-me vendo as águas,
Varquinhos que vão e vem,
Pessoas de quem nem sabia,
De algumas me compadecia
Do rosto envolto em retalhos
Aportando o lado da cidade
Desciam, sumiam nos becos,
Aquele tempo, não haviam ruas
Haviam estreitos caminhos,
De areia bem socada,
Que no tempo os pés traçavam
No ir e vir de doentes
Em busca do hospital.
Haviam hospedaria,
Da dona Maria Caixeira,
De Dona Célia Pacheco,
De Remédios, de Seu Paulo,
E aonde esse povo ia,

Parece só, sentar nas calçadas


naeno/poemas/juntados:89

QUEBRANTO


Ontem eu andei, consegui,
até sair do meu quarto,
onde me fiz prisioneira,
e fui ao rio, de novo,
no mesmo intento ver o povo,
claro que fui também,
colher lembranças do chão,
frutinhas de caneleiro,
juntei tudo o que podia,
enchi mia saia dobrada,
e mais um bocado na mão,
para não estrar caregada

já na entrada da casa,
lancei fora cada grão,

o que sobrava em meu peito,
infortunado amor, eu joguei,
cada gota de saudade,
e deixei lá pelo chão.


naeno:97



UM ENCONTRO


Você quer saber de mim.
Você sabe de você?
Como vou lhe dizer...
Um animal conhece o outro,
Por nele se ver igual,
Sabias que apenas dois bichos
Se conhecem no espelho?
O golfinho, até de mira,
Faz caras e bocas, se estima,
Se você conhece a si,
Certamente sabe de mim.
Não do meu coração,
Protegido, e a minha mão,
Que nunca você quis tocar,
Quer saber por onde ando,
Em que rumos vai você?
Eu vou pros lados dos ventos,
E você não confusamente

Se perde por não saber

E quer saber se eu amo,
Você, se ama que eu sei,
Um coração assim, esnobe,
E por catapulta sobe,
Um balão que nunca pulsa,
E de se querer, tanto, explode.
Você quer saber de mim
Anda em qualquer esquina,
Eu sou com sinal de trânsito,
Que corta a sua, lhe desanima,
Porque você não quer o trabalho,
De olhar pros lados, só acima.
Você quer saber o que eu bebo,
Bebo qualquer porção,
Coca-cola, uísque puro,
Cerveja e suco de melão,
Também bedo qualquer líquido,
Mas sua saliva não.
Você quer saber do que gosto,
Será que gosta de mim,
Não como homem inteiro,
Mas como em geral, os outros,
E eu amo profundo o mundo.


naeno:01

terça-feira, agosto 29, 2006




LEVE

Passa tempo, vapores, rio,
sigam sem olharem no que vejo,
aqui comigo fica o desejo,
de se ausentar o tempo de estio.
Vôem gaivotas leves,
se entre todas, um se proponha leve,
todos os meus prantos,
por mim, derramados,
de pura ausência, sem ninguém que enxergue.
O sacrifício de tir nessa beira,
contemplar o rio, água a vida ineira,
ouvi cantares de aves alegres,
segue minha sombra, já por derradeira.
Tivesse eu asas prá voar,
um bico, um canto, soubesse cantar,
também seguia nessas aventuras,
das criaturas que passam prá lá.
Vai meu canto dizer
a quem te escute, dessa dor,
meu coração carrasco, batedor,
meu peito vive ardendo de amor.
vai dizer, que eu procuro remédio
pra essa dor,
que a cura pode ser,
outro ingrato amor,
que venha galanteando, enganador.

naeno:04


INSone

Alta madrugada, a tarde da noite,
e essa estrada vai, descambar aonde,
sempre nestas horas,
tempo que eu nem sei.
É o ocaso da noite,
a noite mais turva ainda,
e aonde vou, e estrada,
vai descambar num rio.
Aqui pela cidade, toda madrugaga,
aporta num rio,
se você for certo, mesmo pelas curvas,
numa noite turva você cai num rio.
Alta madrugada,
as casas abandonadas,
protegidos os sonhos,
mas que á insones, como eu, agora,
querendo estar fora, da casa, de si.
Alta lua clara, iluminai a estrada,
se não como tantos, vou bater no rio,
o rio é estra estrada, sem casas, sem nada,
lá não sou eu quem anda,
nem poderia, devagar,
divagar, na rua, sei, poso,
mesmo até sonhar,
mas no rio que corta,
ele traceja em postas, sonhos, devagar,
e nesse molego, de caminho e passo,
parece que caço a mim, na madrugada,
madrugada alta, que nunca amanhece,
talvez com sol, o dia,
com a lua a noite,
meu coração se esquece.

naeno:1991



segunda-feira, agosto 28, 2006


dilema

Agora é tarde,
tarde de ir tarde de ficar,
o amor foi rude, cruel no falar,
quando permitiu-me, deduzir assim,
amar, não amar...
estava só espervando pela lua
na estrada da volta,
mas escureceu,
tanto que nem sei,
não amar, amar...
insistente a dúvida,
no convívio todo,
quando eu me dei louco,
de um amor presente.
Hoje o que tu sentes,
é o mesmo dilema,
amar, não amar...
Tua insegurança
constrange-me, fortemente,
e a estrada da ida,
nunca é o mesmo o da volta.
Um se planeja inteiro,
se o tomai, se leva certeza,
No outro quando a gente segue,
se conduz cativo de medo, fraqeza,

Agora é tarde,
prá ir e prá voltar,
quando vim, trouxe a lua,
que agora não vejo brilhar.
E por esse escuro,
por onde vai a dúvida,
é prudente ir...
Não, acho que é ficar...
É concebílivel este dilema
um caso, em que a pena,
foi de ir, depois pensar.

naeno:01



BARCAROLA

Lá se vai a barcarola,
por essas águas, moinho,
lá se vai dias a fora,
até bater no destino.
Quando vai a barca, vão,
sempre guiados, na mão,
o rio é sempre descendo,
o peixe sobe o rio não.
Lá sumiu a barca inteira,
naquela curva, que muda,
o rumo turno das águas,
no mesmo rumo, à direita.
Quando some a barcarola,
é que a gente se convence,
sumiram mas aparecem,
quem foi partido, da gente.
Quado encosta aquela barca,
no cais do rio é uma festa,
de se ver chegar, da ida,
os que foram, quando ela atraca
Lá se vem quem foi de alguém,
esquecê-lo na distância,
e já está acabado o amor,
ninguém é mais de ninguém.
Toa vez que esta barquinha,
descamba com a água, a fora
sentimentos no meu peito,
de também eu ir embora.
E toda vez que éla é chegada,
não vejo, tambem a hora,
de ser moço, de noivado,
de ir com meu bem prá fora.
Por que a barca só anda indo,
quase que ela nunca volta,
e é numa volta dessas,
quando ela some à direita,
eu já estarei na espreita,
pulo nágua e atraco a boia.
A barquinha mais demora,
prá ir do que prá voltar,
é que a ida é um alívio,
difícil é de novo chegar,
de onde a gente já partiu,
por querer sair, fugir,
na se vem mais lento,
coração bate mais devagar.
Barcarola, me leva um dia,
que no outro eu voltarei,
eu só ver na ida,´
depois da curda, subida,
quem na vida eu muito amei.

naeno:05

TÃO MINHA

Vida,
me diz como pode, nós dois, comovidos,
pelo mesmo tempo,
tempo de lembranças,
quando eu era um menino, e tu criança,
me diz ó vida,
se será tido dividido, em partes iguais,
nunca fomos iguais,
ainda, lembro aquele dia,
que eu queria morrer,
e te pequei chorando, e eu pensei.
Que choravas só,
eu era era um desencanto, e terias de ir,
de vez ia embora,
depois que eu soube, que estavas sentida, sim,
meu coração doído, por não querer,
sumir naquele tempo,ainda,
eras menina e eu uma criança,
e tuas lágrimas sentidas eram por nós dois,
ainda bem, meu bem,
nenhum de nós se foi.
Peguei, querendo, em tua mão, e seregei,
me firmstes pelos braços, aí vi que salvei,
ati mas que a amim, e alí amei, chorei.
as tus mãos suada,
misturavas choro e riso,
ai te achei linda.
Eras criança e eu um menino.
não sei o que disesstes,
o que eu senti tão quieto,
e por tato afeto,
que era desejo de um para outro,
e apaixonei-me, ó meu confidente amor.
Só tenho a ti,
o que me destes, eu perdi nas noites,
Ô tempo ruim que vivi sem te endender,
vida tão minha,
meu bem-querer.
Eu tão teu e tu, minha velhinha.

naeno:04

domingo, agosto 27, 2006

Ê SODADE

Eu venho de onde os pés de ipê,
enchem, no mês de setembro,
o vaão de sertão inteiro, de flores,
de cores, que se alastram
por toda a extensão da mata,
em roxo, brancos, amarelos.
Eu venho de onde a saudade,
deu partida e juntou~se a mim,
e viemos, como intinerantes,
pro meu peito para enfim morar,
na figura de um menino,
bem boliçosa, traquina,
pela viagem e aqui,
deu-me trabalho, a focar.
Eu venho de outras entranhas,
não me comporta, este sol estranho,
eu ainda não tenho o tamanho,
prá tanta tristeza guardar.
Eu sou lá desses lugares,
a eles, todo, pertenço,
e se pudesse voltar, voltaria,
fugir daqui, sou pretenso.
Cadê as palmeiras frondosas,
a oiticica no inverno, cadê,
meu cavalinho de carnabeira,
o galho da imbaúba, de onde o longe eu olhava.
Cadê os tetos dispersos, de palha de babaçu,
o mel que ainda sinto o gosto, de abelha uruçu.
Cadê meu bezerro marcado,
com a primeira letra do meu nome,
menino fui fazendeiro, homem perdi o lume,
do vagalume pontilhando a noite escura,
cadê, na frente da casa, de aroeira a grossa cruz,
que protegia minha gente,
meus imrãos, minha mãe, meu pai,
e gente assim confiava,
que dela até o terreiro, só entrava caminheiro,
que Deus, garantia chegada.
Cadê a panela farta de carne de bode novo,
pudesse eu os teria num cofo,
por que me fazem mais falta,
do que as lembranças que trouxe,
do que as promessas de um dia
poder rever, beijar, rezar,
em cada casa, com o povo.
Pessoas, que cada nome, não esquecei, e conheço,
os apelidos, rostos, rastros, sabia o pé.
Quem desse voltar,
se o tempo assim permitisse,
saia de mala e cuia, inusitado,
voltar lá para o meu começo.

SAUDADE PALAVRA TRISTE,
EM PERFUMADOS LENÇÕIS,
TER SAUDADE É SER PROIBIDO,
DE ESCUTAR TUA VOZ,
E NEM VER O PARAISO,
QUE JÁ REINOU ENTRE NOS.

naeno:120503


OFÍCIO

Eu faço poesia como quem conta o tempo,
é o mesmo efeito que faz um tormento,
eu faço poesia, sabendo desmanchar-me,
na pressa de logo acabar, o intento,
antes do tempo de eu parar e notar.

Eu faço poesia como quem faz planos,
sabedor, espero, logo, o desengano,
eu faço poesia como quem um dia
não teve o privilégio de fazer uma cria.
algo que lhe mude de um bicho rude, em feliz mortal,

Eu faço poesia como quem desmancha,
e mexe em coisas, que o melhor era não,
faço de mim produto e matéria,
e a poesia um dia andara etérea,
e eu ocuparei enfim o seu lugar.

Eu faço poesia com caneta, papel,
e descubro em mim mal interpretado,
o que eu desejava falar não ousei,
quebrei meu caminho, prá logo chegar,
comprometendo assim, meu belo papel

naeno:091206




Quanto a mim, estou bem guardado,
dentro de mim mesmo, um enclausurado,
como a decidida carmelita, ora,
eu me viro a Deus, pedindo sossego,
que eu ouça aquela música do lado de fora.

Quanto aos meus desejos, tranqueios em mim
como um celibata que todos os dias a si repete: sim
não provarei da carne, nem nunca buscarei,
seria o repúdio dos que me vigiam,
seria a escória, condenado ao fim.

Quanto à minha boca, seca como o verão,
nunca tou lábio de paixão, nem olvidou
seria a maior crueldade, despertar o amor,
que não me proponho, não por não ter desejos,
em mim, em dormência, e por puro medo de vir sentir dor.

Quanto aos meus amores, onde estão agora,
uns por nada, nada, viram que era hora,
como quem mutila, a quem se quer inerte
largara-me no mundo, como cão sem dono,
pegaram os guardados, e se foram, embora.

naeno220403

Me obrigarei, o tempo que for
prá esquecer dias nossos, de amor,
teus emissários ouvirão de mim, breves respostas,
pois não morreria; por amor; e à morte,
diria com a frieza de um sémem guardado,
me prepararei só para o que me importa,
e essa criatura, de quem ja, se esqueceu,
meus dias, as horas, o meu sentimento,
eu já quiz, está nos meus esquecimentos,
e não lembro dele, amor, tão friorento,
amor sem agasalho, para quem nãovalho,
a pedra de gelo jogada na calçada.

Eu me incumbarei; como a borboleta,
me encasularei, e voltarei, se ver,
derretido o gelo, não para os teus braços,
frios de inverno; mas para outros olhos,
que me vejam fundo, onde me acomodo.

naeno:270806













COMPASSO

Compassado tempo,
tão sempre de passos largos,
porque não me deixa agora,
cantar o tempo da flora,
ver mais cedo as minhs aurora,
tu que és ágil, és fatal,
a tudo derrubas agora,
e eu quero ver lá de fora,
falar sem o medo de agora,
com o passar do tempo,
as coisas mudam,
os entes melhoram, pioram,
e para alguém se sarar,
dos infortúnios se livrar,
basta apressar-te um pouco,
mesmo sabedor que sou,
mais cedo nos deixarar.

Com o passar do tempo,
passarão rebanhos de aves para os ninhs,
voltarão mais deles, pelo mesmo caminho,
e quem sabe um dia, tempo de voar,
estarei com eles, sem ir, sem voltar.

naeno:270806


PORTINARI

Ontem eu vi um Portinari,
e vi luzes existentes,
a profundidade do mundo,
fiel às cores, realíssimas
eu vi crianças tão lindas,
possíveis de se ver agora,
um céu, que vi, tão real,
que as estrelas em cabedal,
até piscavam, mexiam-se,
a vida que ele retrata,
é mesmo um retrato dela,
o feitor, tão genial,
em alguns momentos parece,
Deus com o mesmo desvelo,
quando fez o mundo, o modelo,
e o artista fez outro igual.
Eu vi a alegria intensa,
vi a tristeza presente,
vi cores de violetas,
rosas vivas desabrochando,
me perguntando, é possível,
que inspiração tão visível,
um pintor tão natural,
na essência de sua criação,
Portinari, é desigual.

sábado, agosto 26, 2006



FRENTE E VERSO

Nos vastos campos de estrelas,
o céu que não se permuta,
que está acima de mim, do que sei,
assim foi sempre, em nada ele muda,
sob os apelos dos incomodados,
que ninguém sabe, mesmo o que são,
Há um indecifrável infinito ermo;
planetas, sol, em ciranda, harpas,
de anjos boêmios, o que seremos, seres,

E cada visão é um Deus,
cada sonho, de se chegar,
que ainda são invenção;
Que Deus é frente, também verso,;
a cada sól e estrelas, luzes,
cada um é um universo.

naeno:270806


RESISTÊNCIA

Estou envolto de um aroma; do quê?
será de paroaras se abrindo,
o que a briza quer me dizer?
Que os meus amores inda pulsam,
que estão à procura de mim,
que agora me acenam lembranças,
só prá eu ficar assim,
de saudades, dividido,
entre o tempo e meus amores,
eu já nem sei quem me faz mais falta,
as dálias, rosas abertas,
a quem amei por entrega,
o que quer dizer-me a brisa,
nessas horas tão desertas.
Levanto e inspiro o mundo,
querendo sentir profundo,
distinguir que flor, quem é,
e eu sei se for como o vento,
amores vão de momento,
sem revolverem no tempo,
fica só um pensamento, só.
e o aroma das flores ficam
se o brisa ficar tabém.
Mas issso é puro sonho,
devaneios que levam o vento.

naeno:270806






















A SEMENTE

Saibam quem só observa,
e se entretem no que era,
ha de soifrer cruelmente,
a vida é uma semente,
que se muito bem cultivada,
dá a outras vidas forma,
mas ela própria se deforma
prá nos seus frutos mirar-se.
No entato a vida não semente
que a gente lance numa cova,
e a deixe lá sob o orvalho,
e o nosso olhar decadente,
e um dia aquela semente,
prenhe, já para estourar,
a terra se levantará,
e eis-nos quem plantou,
de novo, sem uma marca,
com o rosto feito, alisado,
e o tempo sem ter voltado,
isso é milagre, sem páreo.
Porque o que se viu do Cristo,
foi ele morto, caído,
lançado em túmulo fundo,
E Ele, não homem, Deus,
desafiando os ateus, abjetos,
Surgiu entre os seus desafetos,
sem exibir-se noutro homem,
o homem era o mesmo deus,
o Homem que renasceu.
Não foi posto e cova rasa,
não foi semente, ilusão,
que o homem tão bem queria,
seguir as doutrinas do não,
o sim seria negado, e tudo,
de tudo homem dotado,
até revolver o passado,
como andar na contramão.

naeno:270806


VIVENDO


Estou vivendo, confuso, uma vida,
que em tudo se iguala à minha
nas esperanças, por paz e descência,
respeito, amor, e a Deus, obediência.
Com os mesmo repetidos, gastos gestos,
A vida que tem uma e um coração, comovida.

Confunde-me apenas o mundo,
a vida eu sei, ela é minha,
vejam, eu é que a conheço,
a vocês que se interessam,
fiquem lá pelo começo,
de quando erraram no mundo.

Confundiria o usuário,
o ônibus que todo dia pega,
confundia-se o alcólatra,
na ida, o caminho da adega,
na volta, bem que certamente,
muito álccol desritma e cega.

por acaso exitaria a amada,
diante do seu amor,
aquilo que a gente usa,
e que por mais cruel não se abusa,
pode-se até em momentos, [
querer, mas não se faz nada.

É esta a minha vida, falo porque é minha,
é minha, o tempo todo, minha,
e quem deu-me ela a mim, ficaria,
de extrema tristeza, vivendo,
me confirmo dono dela, ela dona de mim
é asssim, que eu vou, que vamos até o fim







BARCAROLA

Ontem me deu a vontade de ir lá para o lado do cais,
chegndo lá, encontrei pessoas do mesmo tanto de senpre,
a elas, há muito tempo não sei ter visto, haver encontrado,
todas olhavam rumo á nascente, aonde é que se pressente,
o sino da barcarola, sempre que, pontualmente,
chegava com seus acenos. Pessoas de braços prá fora.
A embarcação demorava, muitos, todos, reclamavam.
Uma coitada senhora, que esperava a filha grávida,
com problemas de emergência, e remédios só na capital.
Alguns esperavam parentes, galinhas dentro de cofos,
carnes, legumes, redes, doentes para serem remediar,
e eu olhava, contemplativo, o rio. Pouco, me via preocupado com a embarcação.
Eu fui revisitar na tarde, bem antes do sol se por, o cais, o rio,
a mesma hora que em dias, eu ia esperar, saudoso, chegar a minha amada.
Me lembro que ela descia, antes mesmo de a lancha atracar,
que batia o casco no cais, ia e voltava com a água, e até que se quietasse,
já estava eu junto dela, esperando de uma janela, a sua linda mala.
As pessoas angustiadas, com o atraso da barcarola, alguns já tinham deixado
prá mais tarde, foram-se embora, com planos de mais na frente,
quando ouvissem a sirene, voltavam de novo ao porto.
Sabiam: a barquinha vem. Como é certo que ela atrasa, era também que chegava.
Atônito com o desespero daquela gente esperando a barca que nunca vinha,
sentei-me, um solidário, dormi como um operário, acordei não vi ninguém.

naeno:270806




SUB

Sou, minha consciência em repúdio ao meu inconsciente,

Sou o que repudia, essa burra obediência,

Do que está vivo, pulsante, sabedor de mim agora,

Submisso ao que não vejo, alucinados desejos,

Que normalmente nem sinto. Sinto o incômodo embate,

Um não fala o outro cala, subservientemente,

Entrega-se como presa, que perdeu uma batalha.

Sou explicitamente contra esse reino encantado,

Que publica decretos loucos, ai de mim não entendo nada,

Sei que os meus olhos são outros, afundam lá para dentro,

Servindo ao senhor de todos, dono dos meus pensamentos.

Um não diz, o outro propõe, guerras e o meu corpo é campo,

De embate sem luz, crepúsculos, o que eu vejo não domina,

Em nenhuma tentativa. Eu entro como mediador,

De quem sou, de quem não sou, e isso vem, uma vez por outra,

A emersão do que é oculto e o naufrágio do que tem luz.

Sou cruelmente um desafeto do homem que se alojou,

Dentro de minhas entranhas, fez campana, desmanchou,

De vem em quando ele manda sinais de maledicência.

E rasga o ventre enlouquecido, gritando morte ao demente,

A quem julga levar vantagem, e eu quero trégua, descência,

Com os dois, pobres coitados, usufruindo do que sou meus,

E eu sou tudo, que até o que está oculto, quer só me faz maltratar

naeno:250806



BOM DIA


Bom dia meu amor! desejo-te um bom dia
Agora que despertastes, e já há algum tempo
Eu falava comigo, o bom dia que direi
Não será mera saudação, é mesmo um dia
Propício, que hoje não haja sacrifícios,
Bom dia meu amor, bom dia.

Bom dia nas tuas idas, bom dia nas tuas voltas,
Bom dia para os teus planos, até pros teus desenganos,
Bom dia, meu amor! Bom dia, no teu levantar,
Até quando fores dormir, a tarde meu amor, bom dia.
Nos teus trabalhos em abraso, quando fores arrumar os vasos.
Bom dia, meu amor! Bom dia, no teu despertar,
Quanto tiveres à mesa fazendo o teu desjejum, bom dia.
Ao acariciares nossos filhos, até nos teus empecilhos,
Bom dia, meu amor!, bom dia, no repousar,
Na cesta depois do almoço, eu te desejo e reforço,
Bom dia, meu amor!, bom dia, é tudo que tu precisa,
Sei, a lida e parte da vida, e eu repito já comovido,
Bom dia, meu amor, bom dia, que hoje os teus sonhos,
Parte tu realizes, sei que uma coisa que gostas é rezar pelos infelizes
Pois que por eles ores, Deus há de te escutar, amenizar suas dores;
Bom dia, meu amor! Bom dia, quando tu fores ao mercado,
De frutas, verduras, carne, de pessoas bem cercada,
Tua cabeça por aqui, pensando em quem te adora,
Bom dia, meu amor! Bom dia, lá pro final da tarde,
Com o outro dia, de alardes, teus afazeres te enfadam,
Bom dia,meu amor! Bom dia, eu sou assim todo dia,
Repito com a minha saudade, bom dia! Meu amor, Bom dia.


naeno:260806

sexta-feira, agosto 25, 2006

CREPÚSCULO

No entardecer da minha terra,
um interior distante,
se ouvia dolentes cantos de cigarras,
o acomodar das galinhas,
as veredas se cruzavam,
as pessoas se cruzavam,
e, por força dos destinos,
todos se diziam boa noite.


O entardecer na minha gleba,
deve ter mudado pouco,
clareada sempre estará,com o resto de luz,
as pessoas se reduziram,
e em diminuido o povo,
as veredas o mato cobre,
pois o que faz esses estreitos,
e o ir e vir de gente.
No entardecer em minha terra,
parecia já alta noite,
todos se recolhem cedo,
prá cedo ver dia novo.

naeno:260806
















GINA

Linda, linda, linda,
assim eu te vejo ainda,
que fique o tempo à vontade,
mudando todo dia a idade,
linda, linda, tu serás ainda,
a mesma menina, com a mesma idade.
Lindo os teus olhos que riiem,
muito mais que tua boca,
lindo a tua boca que fala,
tão lindo, até quando rouca.

Linda, linda, te devo muito ainda,
outras palavras, bem menos,
te devo mais ações boas,
te devo, numa promissória,
que um dia tu, ainda linda,
irás dividir comigo,
uma bonita vitória.

naeno:250806




















MENINO

Hoje, com essa manhã tão linda, lançando raios pelo meu quarto,
Sugiro-me, penso, tiras do tempo, dessa claridade,
E vês com a profundeza, que exige, já, a tua idade,
O que é mesmo este homem, adentra-te, até o teu parto.

Partes de lá, pequenino, vês o que fizestes, vês se é mesmo sina,
Os lamentos costumeiros, as dores tão traiçoeiras,
Os amores idos, voláteis, as dores tão corriqueiras,
Vês, o que fez a ti o menino, pra ser por todos culpado, do malogrado destino.

Olha, tem um espelho, que pouco usas, num canto,
Sentes, o que já leou de ti o tempo, tanto,
E tu que morres de medo, ironicamente, malvado,
Da morte que é imperdoável, aos justos, e amaldiçoados,

Detem-te em ti mesmo, sem guardar mágoas, segredos,
Diz frontalmente à luz, te expões a esta claridade,
Vês tudo em ti que permite, o teu medo, tua verdade,
Escreve aquilo que ousas chamar, cruelmente, o medo.

Não será o medo das trevas, do diabo de saia curta,
Um medo metido noutro, pra quem paras nem escutas,
Porque nem sempre este medo é o que aparenta, um surto,
Nem a lágrima chorada, de tua quota minguada, não sobrará para teu luto.

Com o radicalismo exigido, será, sobrou ainda, alguma boa?
Por que pelo que chorastes, pelo que tens lamentado,
Parece ter acabado o homem. Resta um menino, não te esqueces é guardado,
Poupa ele dos caminhos tortuosos, que la é só criança, e tem medo de sapo e lagoas.

Aproveita que ainda é manhã, que ainda há raios clareando o quarto,
Deita-se fica esperando, tua mãe repetir a cena, de tê-lo numa tarde linda,
Provoca teu peito adulto, revolta-se em absoluto, com o tão provocado,
Deixa o menino correr, livremente não o empate, dele viver acordado.

Aproveita, conhece o homem, o menino enfim já foi, não de partida, ida,
Ele voltará depois, é sempre assim, já ouvi falar nessa mesma estória,
As brincadeiras de criança, peteca, corrida, roda e bola,
Isso amedronta um homem, mas que vergonha contar, essas coisas descabidas.

Naeno:250806





LINDO DIA

Dia branco,
dia claro,
dia sol,
só, um lindo dia

naeno:03






















MEU AMOR

Estrela estás aí há, tempo, quanto
me diz. Te vejo longe, de longe, brilhando,
e há quantos dias te olho, com medo
que tu me ocultes segredos,
do meu amor tão distante.

Estrela, o brilho, que mostras,
é um pingo, perto da lua,
mesmo quando ela míngua>
No entanto, vocês são tantas, iguais,
que o céu dotinho é pintado,
até com o do meu amor.

Não, tenta dizer, minha estrela,
que o meu amor, na clareza,
do teu rosto não se vê.
Eu sou capaz de ir aíar,
subir, ficar pert de ti,
e o meu amor se beijará.













A ESTRELA

Aquela estrela brilha,
do tanto dos olhos dela,
a moça por quem procuro
reside na nuvem,
enlevo, o meu amor.

A estrela,
que no céu eu vejo,
não clareia a minha solidão!

naeno:novecentos e tanto















TEMPO SOSSEGO

Prá hoje nada deixei, a fazer,
dei de mim esforços dobrados,
os últimos dias passados,
prá hoje ficar em vão,
estão aqui, já me esperando,
meus convidados, distintos,
as lembranças, livros velhos,
armei na mesa um espelho,
prá me dá conta, todo o hoje,
como estou de resistência,
trabalhei dobrado ontem,
o mesmo fiz semana toda,
prá me reservar o hoje,
prá me enebriar com o ontem.

Hõje não faço nada,
se alguém bater da calçada,
digam-lhe é por lá caminho,
de ele também voltar.
Hoje fico comigo,
a me ocupar do antigo,
eu só vou me ver, sonhar.

Estão aqui meus amores,
carregados, nossas dores,
já cuidei, prá tudo, hoje,
ser de ver o que me chama,
saudades, lembranças, cama,
esta para o descuido,
de eu também deixar chegar,
os meus velhos desenganos.

Hoje, não farei nada,
eu passarei ocupado,
com as vozes do meu passado,
Até o amor que tenho hoje,
se chegar, digam, de novo,
ele hoje está, como digo,
adoeceu e está deitado.

naeno250806

quinta-feira, agosto 24, 2006


INDESJÁVEL

Tenho comigo uma hóspede indesejável,
é a saudade que comigo quer morar,
toda noitinha me chama prá umas conversas,
mas que palavras ela diz, são tão perversas.
Não sei porque perdo o meu tempo em lhe ouvir,
se o que ouço são coisas que não quero ouvir,
faz ela questão de retratar cada vereda,
lugares ermos onde eu costumava andar,
fala de quem Deus já chamou, e deixou-me falta,
meus personagens que eu já havia, trocado em outros,
tem a ousadia de falar sem nem me olhar,
e quando olha é para ver se estou morrendo, ou vou chorar.
Ela me diz sadicamente não tem planos,
não tem prá onde, meu peito é o seu lugar,
e eu quieto fico, um ouvinte, do que não quero
já disse a ela, tem mais dó, não te mais quero,
queria sim, fazer dos vultos que levantas,
vê-los comigo, nunca os tirei da lembrança,
tu já feristes demais meus corpo inteiro,
agora conta a tua aventura derradeira.
E ela debocha, dizendo, não é só hóspede,
é uma habitante com direitos, quais os meus,
pois que vivia longe, e eu tive o descanso,
agora não, por que tanto lhe chamei?
Não te chamei persona tão dispensável,
eu me lembrava das veredas sem ir vê-las,
não carecia eu tinha tudo em mim tão vivo,
cada deserto, cada palmo de caminho,
tinha retido nos meus olhos os paus d'arcos,
as cachoeiras, as ladeiras os riachos,
e tinha a ti, como correspondentes, fiel,
que me mandava essas notícias tão cruéis.
Agora vou, decididamente vou,
romper com as vistas que me trazem calmaria,
esquecer o tempo em que eu era so um menino,
e te mostrar que a entrada, é a mesma saída.


naeno:240806

TERESINA

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