quarta-feira, março 21, 2007

ESTAÇÃO

Ave branca, esta manhã,
Com as estrelas liquefeitas
Em outra luz de outra luz
Uma saudade que vem
Da nascente das estações
O trem da vida espreita,
De braços abertos e peito,
Em sacudidos gestos.
Assentos se movem
Move-se a luz de outra luz,
Transporto-me à estrada
No seu começo
E venho louco e não distingo
A beira, as cercas, os milharais
Passam azuis,
E a esperança verde passa, por mim.
Como água serena na areia,
A solidão está aqui,
Comigo e ela, comigo
Gasto os sapatos, um freio brusco,
Paro e sento sobre o trilho solto
Ave cinza, esta tarde,
Já tarde demais, quase noite,
As estrelas se compactam,
E enchem o meu peito de saudade.
Saudade deste dia corredio,
Da esperança fugidia,
Com quem dividi todo o tempo de hoje
Bancos rijos, nenhum sacolejo,
Ninguém anuncia, esbravejo.
Maldito dia que não trouxe tudo,
Trouxe-me o nada,
O nada, vazio,
Um trem de vagões batendo,
Uma viagem que eu fiz,
Na ida,
E era à volta a minha esperança.
Saíram das formas todas as estrelas,
Pepitas, na mesma forma de prometer,
Amanhã, líquido quente,
Uma luz da mesma luz inquietante,
Fica o meu coração na estação,
E eu vou sem ele, fugir
Dessas visões de quem não vê,
Só sente, levanta, senta, sente.

8 comentários:

Anônimo disse...

És o transexual que andas a rondar Maria.
Não és xenófobo, és um atrevido.

Anônimo disse...

Jesus, Maria, Deus enfim, o que eu vejo, arrepia-me.

Vens ver os lusos. Tomar um chá.

Anônimo disse...

Oi querido, passei aqui pra te deixar um beijo. Lindo post.
Beijos

Maria Strüder disse...

Porque mudaste aqui o teu cantinho para um aspecto tão negro?

Daniele disse...

Querido Amigo e Poeta Naemo,

Vim me deleitar com seus versos, em que jorra todo o sentimento esbarrando na filosofia.

Lindo, fascinante, sensorial

Beijos na sua alma,

Mário Margaride disse...

Olá naeno!

Obrigado, pela tua visita ao meu cantinho.
Irei adicionar também o teu link, nos meus favoritos

Abraço

Anônimo disse...

Toda luz necessária à vida. Deus é esta luz que buscamos. Nos versos cacenciados, o poeta às vezes turva-se diante do volume desta luz, mas a quer, mas a procura por todos os lados.

Um beijo do teu tio que te ama muito.

Pe. Tony Batis

Anônimo disse...

E a tente se esforça, de um sacrifício excomunal para levar adiante, movido de sentimentos às vezes muito dolorosos, para ouvir chacotas de quem não tem nexo do que é arte, do qeu é vida, do que é jogar serenamente, o jogo de Deus.
A eses desafetos, o espaço que já andei, sem vê-los, o meu desconforto, não por suas idéias sem nexo, mas pelo mundo correr o risco de um dia ser comandado por um desses sacos furados.

Naeno

TERESINA

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