segunda-feira, março 26, 2007

PELO AMOR DE DEUS

Pelo amor de Deus. Não vês que não aumentas
Nem contrai o meu coração, por sofrimentos.
Não crês na chaga vista, exposta, tão tormento.
E já não és capaz, da mesma fúria em tempo
Que os algozes voltem em seu momento;
De desfazer os nós, romper a corda extensa,
E nasceres de novo, criança e arrependimento.
Pelo amor de Deus, não há o que tu arrenegues
Se a guerra foi por tua parte mais entregue,
Não vês no corte aberto, que se escorregue
O pranto intento, intensa dor não há quem negue.
O rubro rosto, de mulher, que não se esfrega,
Nos bombardins, nos pelos, dos tiranos albergues.
Pelo amor de Deus, não vês que assim fazendo
Estás a desmanchar o riso em tua face, vendo
O teu orgulho puro entulho, animais remoendo
A dor que falta em ti, é a dor de mais do menos
E se ressentindo estás ao ver-me refazendo,
As malas, os remédios, eu todo me desfazendo.
Pelo amor de Deus, não vês que o homem é
Um bom sentido a uma mulher,
E não sabes se andas, pra que lado, quer,
A minha morte ou vida, areia ou maré.
Amor ou ódio, então, dis-me o que és,
Não desfolha em vão, descrente, um bem me quer.

3 comentários:

Jana disse...

esse texto me lembrou outono...

beijos

Anônimo disse...

Que Outonos?

Um beijo

Naeno

Paula Negrão disse...

Esse foi escrito com o coração

lindo!

beijo

TERESINA

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