terça-feira, abril 24, 2007

COMPANIA

Tudo chega ao mesmo tempo
À mesma hora.
Lembranças repetidas
Nas suas ordens de chegada.
Quando me quieto,
Depois do ritual de preparar-me
Para deitar.
Quando ponho a cabeça
E aqueço os panos por entre mim
Tudo chega,
Lembranças tuas, lembranças minhas.
Que vêm com pássaros buscando ninho
Quentar os filhotes
Que ao dia receberam visitas rápidas,
De borboletas, restos de insetos,
Que só receberam ao bico,
Mas nenhum beijo.
E tudo chega e todos se deitam.
A cama é estreita,
Faltam lençóis pra nós.
E eu vou pegar.
Se pelo menos eles dormissem
E me deixassem solta em sonhos
Ou pesadelos de os machucar,
Rolar por cima,
E sob o meu peso
Deles quebrarem-se
Sufocarem-se,
De desistirem e não mais voltarem.
E eles vem, instintivamente rindo,
Em todas as noites,
Quando da minha investida
De deitar sem ti.
De contar-me só, e poder dormir.

2 comentários:

Daniele disse...

Amiga e Poeta Naemo,

Como sempre a densidade, voracidade dos seus versos, saltam e invadem nossas almas.

Lembranças tuas, minhas, nossas.

E assim conjugamos, vivemos, partilhamos, amamos, sucumbimos e trilhamos.

Magistral seu poema doce amigo.

Beijos na alma,

veritas disse...

Olá!

Lindo o poema,magnífico jogo de sensibilidade...Adorei.

Bjs.

TERESINA

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