domingo, abril 08, 2007

TEMPORAL
meu filho pedro num ritual medieval

E nos odiosos olhos dos murais
Por fim descubro quem procurava
Não és tu, Poesia, velha arma
Pura enganação, da minha
Nem tu, Amor, meu, de aventura,
Às encostas me empurrando depois da luta.
Rondava-me a mim, e então me vês
Numa miragem, nos olhares tensos
De vago que me arrastam contra o muro
E a anistia do meu canto.
Sobre o luarRentes mãos que escrevem numa estranha,
Já extinta língua estas palavras
Que por fim compreendo: a vida toda
É real. É bela. Envolvente e raro, e fulgaz.
É o tempo eu não serve mais à vida,
Achado e valoroso.
Mas me refiro
Em mim a minha calma final.
Metade covarde de homem beija os pés da outra
Rainha metade, enquanto esta se declina
E retribui, com humildade o gesto.
A cobra tritura o próprio rabo,
A rodilha de fogo se destrói,
Puxa-se o morto bem ferido
Para fora do tablado:
Este cheiroso holocausto,
Faz-se minha vida.

3 comentários:

Anônimo disse...

Um filho bonito, antes de mais :)

Quanto à vida, ela pode ser o Holocausto, mas também a outra face da Humanidade.
Se precisares de ajuda para enxergá-la, é só avisar :)
Um beijinho

Unknown disse...

Olá Naeno...
Vim agradecer os "perdões" lá no faxina..hahaha
nem sabia que precisva de tantos..mas valeu..
Abraço e boa semana

Naeno disse...

A vida sabe ler, sabe escrever e tem um poder de interpretação acima do que imaginamos. É por isso que falo a ela assim, graficamente, sem o sentimento da fala, ds olhos, dos gestos. Porque sei que assim facilmente me trairia.

Naeno

TERESINA

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