domingo, abril 29, 2007

COMEÇO

Dizer que é assim que se começa a poesia
Será criar a desordem na relação dos escritos
Como se encontra impresso nas pedras já do começo
Enumerar na ordem e a criar a desordem
Por a mesa depois do jantar e tirar o café.
Bom deixá-la sem começo
Ou num fim previsível como se bebe
A taça de vinho no reveillon.
Inédita, e o seu começo a se descobrir
Pelo seu fim, e sua finaldiade posta no começo.
Se insistes em ter um começo já começado
Vai ao fim do texto e de lá revolve, enrolado
O fio, a teia, que teceu a aranha
Como ela sobe e dece, desce e sobe,
O começo fica na posição do fim, do meio.
A mão em nada se envolve,
Também não se envolve o coração.
O começo é um aquecimento tático,
Um escrete enfilheirado em posição
De começar, no ataque ou na defesa
E nem nessas coisas tem começo
Vês como já se movimentam os leões
Antes de serem soltos na arena,
Assim o poeta se põe fazendo a poesia,
Mesmo quando está caçando o papel
.

2 comentários:

Naeno disse...

Esta poesia é dedicada a Antonio Cícero, um grande poeta conterrâneo, que mora no rio.

Um abraço
Naeno

Frankie disse...

Gostei muito... Mostra bem a "alma"... a essência do poeta... do "ser poeta"...

(E gosto muito das fotos que passam ao lado...: "são poesia para os olhos...")

Beijinho

TERESINA

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