quarta-feira, abril 25, 2007

TEIA

Escolho ao acaso uma folha branca
Mas que podia ser verde, ou de outra cor.
A intenção é escrever o poema
E que ele saia nítido como este branco oportuno.
E escrevo, faço intercalações,
Faço a palavra que mais se adequou, distante,
E ponho um risco ligando ela ao nome.
Comecei por chamar saudade
Mas vi que o sentimento era outro,
E o nome obrigado teria
Que não se chamar saudade.
No meio da página a poesia quase enfeite,
Derramo café e espero secarem as idéias.
Ponho um preposto, entre o sentido e o fim,
E
pra quem vem lendo de lá,
A alfândega perde o pedágio
E a poesia ganha outro ditame.

O lápis num desencontro pára.
E a poesia silencia, quando afluíam
As falas, as almas, os encostos.
Aí me deito delgado, de cara pra cima,
E do teto a aranha tece sua nova roupagem,
O acabamento primoroso
Que se visse antes, teria usado na poesia.

3 comentários:

Frankie disse...

Bonito.

Muito bonito.

Anônimo disse...

Adorei querido. beijocas

Mário Margaride disse...

Olá Naeno!

Belo poema!

Boa semana

Um abraço

TERESINA

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