domingo, julho 30, 2006

JACKSON DO PANDEIRO

Nasceu em Alagoa Grande, Paraíba, em 31 de agosto de 1919, com o nome de José Gomes Filho. Filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão, que deu a ele o seu primeiro instrumento: o pandeiro.
Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry. A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.
Somente em 1953, já com trinta e cinco anos, foi que Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Alburquerque, com quem se casou em 1956 vivendo com ela até 1967. Depois doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, de quem também se separou pouco antes de falecer.
No Rio, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana", "Um a Um" e "Xote de Copacabana". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo nos cabarés aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele.
Já com sessenta e três anos, sofrendo de diabetes, ao fazer um show em Santa Cruz de Capibaribe, sentiu-se mal, mas não quis deixar o palco. Já estava enfartado mas continuou cantando, tendo feito ainda mais dois shows nessas condições, apesar do companheiro Severo, que o acompanhou durante anos na sanfona, ter insistido com ele para cancelar os compromissos: ele não permitiu. Indo depois cumprir outros compromissos em Brasília passou mal, tendo desmaiado no aeroporto e sendo transferido para o hospital. Dias depois, faleceu de embolia cerebral, em 10 de julho de 1982
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"Quem deixou de ter contato com o baião, falo na intimidade, deixou de conhecer as melhores vozes da mpb, como quem não foi de perto ver um desses espetáculos de forró, sim, por que o forró de alguns anos atras era um show, também deixou de ver e ouvir os maiores rimistas de que este País tem notícia. Jackson cobria as duas vertentes, tinha uma das vozes mais surpreendentes. Sobrava-lhe ar no diafrágma e disso ele criou o que chamo sincopado. Só ele e o assum-preto possuem. Jakcson criou escola e alguns dos alunos, como João Gilberto, Gilberto Gil, Alceu Valença, Lenine, João Bosco, Luiz Melodia, Crmélia Alves, Jonnie Alf, Elba Rmalho, Zé Ramalho da Paraíba, entre tantos, o ajudam mantê-lo pulsante ainda entre nós. No pandeiro, que deu codnome a ele, sua performance não suplantava muita gente da época.
Falando em outras vozes,... quem não viveu com o baião de a pouco tempo atras, sob o mesmo teto, não ouviu LIndu, a mais forte, mais tocante voz do Baião. Fazia parte do Trio Nordestino.
Impressionante, também nisso tudo, é que, por escolha, estes dois grandes artistas, faziam tudo o que eu falei (sendo os melhores) acompanhados de quase nada. Nada é fraqueza de expressão por que, no caso de Lindu que tinha à sua direita Cobrinha um ritmista sem escola, dos mais fenomenais, do direito Coroné, outro pré-histórico (só prá não chamar de monstro das batidas descompassadas). Jackson do Pandeiro dispensa comentário. Era ele e o pandeiro dele. Viva o Brasil por estes dois de quem falei. Rezemos pra que eles caiam novamente na forma de Deus, e saiam outros iguais, em tudo, a ELES".
naeno rocha

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TERESINA

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