domingo, julho 30, 2006

SALGADO MARANHÃO
Letrista.
Poeta.Ainda adolescente, mudou-se com os irmãos e a mãe para Teresina.Escreveu artigos para um jornal local e conheceu Torquato Neto, que o incentivou a ir para o Rio de Janeiro, o que fez no ano de 1972.Estudou Comunicação na Pontifícia Universidade Católica (PUC).Terapeuta corporal, foi professor de tai chi chuan e mestre em shiatsu.Inicialmente, teve seu nome vinculado em publicações como "Ebulição da escrivatura -Treze poetas impossíveis" (Ed. Civilização Brasileira, 1978, RJ), coletânea que reuniu diversos poetas, como Sergio Natureza (assinando Sérgio Varela), Antônio Carlos Miguel (sob o pseudônimo de Antônio Caos), Éle Semog, Mário Atayde, Tetê Catalão, entre outros.Publicou poemas e artigos na revista "Encontro com a Civilização Brasileira" (1978). Nos anos seguintes, publicou: "Aboio" (cordel/ Ed. Corisco -Teresina - 1984), "Punhos da serpente" (poesia/ Ed. Achiamé, RJ, 1989), "Palávora" (poesia - Ed. Sette Letras, RJ, 1995), "O beijo da fera" (poesia - Ed. Sette Letras, RJ, 1996) e "Mural de ventos" (poesia - Ed. José Olympio, RJ, 1998).Em 1998, ganhou o prêmio "Ribeiro Couto", da União Brasileira dos Escritores (UBE), com o livro "O beijo da fera". No ano seguinte, com o livro "Mural de ventos", foi o vencedor do "Prêmio Jabuti", da Câmara Brasileira do Livro, dividido com Haroldo de Campos e Geraldo Mello Mourão.Colaborou em várias publicações com artigos e poemas, como a revista "Música do Planeta Terra".Sobre ele, declarou seu conterrâneo Ferreira Gullar: "Salgado é um dos mais brilhantes poetas de sua geração e possui um trabalho de linguagem muito especial".

PARCERIAS

Acordei vadio (c/Carlos Pita) • Alguma coisa (c/Herman Torres) • Amorágio (c/Ivan Lins) • Apesar da solidão (c/Vital Farias) • Ave cigana (c/Zé Américo) • Calmaria (c/Zé Américo) • Caminhos do sol (c/ Herman Torres) • Choro da lua (c/Herman Torres) • Coração por dentro (c/Herman Torres) • Curral das maravilhas (c/ Vital Farias) • Diamante bruto (c/ Zé Américo) • Do princípio ao sem fim (c/ Zé Américo) • Eu pensei que você fosse a lua (c/Zeca Baleiro) • Feito passarinho (c/Paulinho da Viola) • Fogo (c/Carlos Pita) • Fundição federal (c/Wagner Guimarães) • Galope à beira-mar (c/Carlos Pita) • Lama das canções (c/Herman Torres) • Lençóis (c/Zé Américo) • Mistura (c/Xangai) • Um Aparte ao Apartheid (c/Naeno • O boi de prata (c/Mirabô Dantas) • Olhos acesos (c/Zé Américo) • Para alegrar coração de moça (c/Ivan Lins) • Peleja (c/ Herman Torres) • Pelo menos o fogo (c/ Vital Farias) • Penúltimo cais (c/ Wagner Guimarães) • Punhos da serpente (c/ Xangai) • Quem mata a mulher mata o melhor (c/ Ivan Lins) • Rapsódia (c/Rodney Mariano) • Recato (c/Elton Medeiros) • Revela (c/Moacyr Luz) • Tambor de crioula (c/ Zé Américo) • Táxi de estrelas (c/Carlos Pita) • Trapaças (c/Herman Torres) • Trem da consciência (c/Vital Farias) • Tributo a Bob Marley (c/Naeno) • Vôo livre (c/Ivan Lins

POESIAS (umas)

KUARUP

de seis milhões
em mil e quinhentos
restou apenas
uma legião
de vultos
soletrando
uma algazarra
zorra,
um kuarup de calça jeans.

os outros foram mortos
até os que estão vivos
até os que não nasceram.

De Palávora, 1995

PÓ & CIA


de vez em quando
a poesia
se insinua
para que eu a possua.

depois
arredia
desaparece
como se habitasse
a outra
face
da lua.

De Palávora, 1995

O VERBO

Passos da manhã
trazem-me o dia
a desovar enganos.

(O amor me busca
como um predador.)

No entanto
o verbo freme. Ateia
fogo aos abismos
reincide ao pó
e ao efêmero.

No entanto arrasto
o canto à borda
dos incêndios.

Ó caminhos que afundam
minhas rasuras!

O que é do tempo
é da terra
o que é da terra
é do ter.

Ó escudos de selva
e trilho!

Do que me atrevo
sobrevivo.




Nenhum comentário:

TERESINA

Sign by Dealighted - Coupons & Discount Shopping