domingo, julho 02, 2006


TAPERA

É que eu conheço
cada estrada dessa vida,
como conheço, tão bem,
a palma de minha mão
que tem mistério
em cada linha mal traçada
que tem mais escruzilhada
que veredas, no sertão.

As taperas
que fizemos moradia,
adoeceram de saudades,
porque nunca acontecia
de não ficar
um trapo nosso na parede,
como velha tatuagem,
resistindo toda a vida.

Hoje saudoso,
como se em tempo de guerra,
tivesse perdido tudo,
sem motivos prá contar,
te peço dá-me
um beijo louco, apaixonado,
pois troveja no meu peito,
tanto amor, tanta verdade.

Eu não tenho o teu amor,
e se o tivesse era bom
ele estaria bem guardao,
como o meu, junto do meu,
dentro do meu coração.

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TERESINA

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