AMADO
  Tens-me cativo,  envolto dos teus cuidados, e não me queixo,  não vejo ameças em ser amado, mais eu queria, recluso,  o abuso dos teus olhados, quem de amor se deixa,  de amar não deita, descançadamente,  com a cabeça no vento, sentindo a doçuca de ser por ti guardado. Tens-me presa fácil,  e o quizeres, em que me tornes, todos os papéis farei,  e me tornarei, contigo ao meu lado, se, porventura o tempo,  der cabo da pena, eu não sairei, continuarei aqui,  porque não saberia, me perder de ti, e se se for inevitável,  que eu deixe a clausura, vou, vou, fazer outra asneira,  uma que a pena, é voltar aqui.
 
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