NOITE FRIENTA E MUSICAL

Numa dessas noites, o frio, inesperado, chegou lá na minha casa, na Ladeira do Uruguai, mais alegre e convidativo do que nunca foi. Como se quisesse, no fundo,me recompnar pelos transornos trazidos pelos quarenta graus, à sombra. Daqueles de maar, de fritar miolos, ovos na calçada, acabando de vez com o nosso reduzido estoque de paciência. A natureza tem, felizmente, dessas coisas: castiga impiedosamente durante o dia, mas à noite acaricia com delicadeza. Na hora da reconciliação, como nauele momento de lua cheia, nada melhor que uma ede na varanda e um cobetor cheiroso e quentinho. Para aquecer opeito, umas duas ou tr^s taças devinho, tomadas com o seu sabor, devagarinho, como se dá vontade, vez em quando, fazer amor. A música, nesses momentos não é mera coadjuvante, torna-se uma peça indispensável para que se complete o clima, a hora. A minha opção tem sido sempre as produções locais, de mlodias e eras extraordinárias, j´tatuadas na pele e nos ossos da gaente, tanto as de quem como as fresquinhas de agora mais recntes.
Abro o repertório com "Morena", um clássico do cancioneiro piauiense, de autoria do grande nome Naeno, um dos mais talentosos compositores da terrinha e, com nome conhecido, já nacionalmente, pelos festivais, encontros nacionais, idas e vindas dele, que tenho acompanado. Ouvindo os versos desta musicas, que fatalmente sempe me emocionam: "Olha morena, se você quizer que eu seja/ um homem livre, prá oder te merecer,/eu rompo já todos os laços que me prendem,/ e nos teus braços vou cair como um pingente". Dele também aproveito para ouvir "Incelença" em prceria com Climério Ferreira, um dos maiores poetas brasileiros, que hoe mora em Brasilia, música que dá vontade repetir um montão de vezes, de tão gostasa, de boa. Fechando os olhos, em paz comigo e com o mundo, viajo espiritualmente com o cd "Entre Nós", produzido por ele e um grupo de músicos profissionais da melhor qualidade, quando tou tomado por um forte sentimento de amor e agradecimento a Deus, termino por agradecê-lo, o que vem como recompensa às mazelas que já nos comprometem, e ao zelo que Naeno guarda pela música, pela espiritualiade.
Por Wlellington Soares - professor de Português e Literatura , com especialização