quarta-feira, setembro 06, 2006



CUIDADO

Não permita Deus, que eu morra
sem que eu volte para lá,
lá onde o rio se curva,
e volta pro mesmo lugar.

Lá onde a relva é mais verde,
e a lua é musa de todos,
em nenhum canto do mundo,
ela renasce de novo.

Aqui é tão direferete!

Nova, ou sem nem uma luz,
cheia, inteira, no altar,
a noiva tão caprichosa,
a mais bonita do lugar.

Noiva que já tem guardados,
redes, crochês, e o perfume,
água de cheiro, alecrim,
beijos, carícias e ciume.

Aqui eu sou tão ausente!

Redes tecida no dia,
que é prá de noite dormir,
ao lado do amor que ama,
e que de novo amaria.

Lado direito da rua,
a quarta casa é a sua,
não permita Deus que eu corra,
senão não verei a lua.

Dá uma saudade na gente!

Impetuosa, no tempo,
que é de ficar assim,
o luar quando está cheio,
ilumina todo o capim.

Capim, relva pisoteada,
pelo gado que rumina,
o que comeu no outro dia,
e mastiga de magrugada.

Aqui eu estou reticente!

Não permita Deus, que eu morra,
sem que ainda cheque lá,
ver o céu cheio de estrelas,
não deixe que o tempo corra.

Ninguém vai me vê contente.

naeno:apanhado

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TERESINA

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