quarta-feira, setembro 06, 2006



PALHA DE ARROZ

O rio beirando rua, num arremedo de cais
o vapor de Parnarama, chegando de Palmeirais,
o velho homem do porto, de olhos postos no rio,
sentindo todo o vazio de sua pobreza, em paz.

Maria, boca da noite, na pensão familiar,
tem nos olhos de manhã, a luz clara do luar,
cadê teu povo noturno, teu povo maior Maria,
teus operários da noite, nas oficinas do dia.

Ali onde habitou, a rua cheia de tédio,
hoje mora outra dor, feita de casas e de prédios,
já nem sei se essa rua, realmente existiu,
ou se foi obra de algum bêbado, num acesso de poesia.
Vendo no rio, outro sonho, mais refletido que a lua,
inventou um cais tristonho, os habitantes da rua.

Climério/Naeno:apanhados

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TERESINA

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