PALHA DE ARROZ
O rio beirando rua, num arremedo de cais o vapor de Parnarama, chegando de Palmeirais, o velho homem do porto, de olhos postos no rio, sentindo todo o vazio de sua pobreza, em paz.
Maria, boca da noite, na pensão familiar, tem nos olhos de manhã, a luz clara do luar, cadê teu povo noturno, teu povo maior Maria, teus operários da noite, nas oficinas do dia.
Ali onde habitou, a rua cheia de tédio, hoje mora outra dor, feita de casas e de prédios, já nem sei se essa rua, realmente existiu, ou se foi obra de algum bêbado, num acesso de poesia. Vendo no rio, outro sonho, mais refletido que a lua, inventou um cais tristonho, os habitantes da rua.
Climério/Naeno:apanhados
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