quarta-feira, janeiro 10, 2007

BRINCADEIRA

Já tive amores
Não do tanto que tive carros de brinquedo
Com os carros perdi tempo,
Fui além da fase de menino,
Já um homem feito, vivia a sonhar com eles
É que já vim consegui-los muito tarde,
E por assim dizer, o amor vivia esquecido,
E já vim ter muito tarde,
Quando já era um homem refeito.
Brinquei puxando o amor pela lama,
Carregando-o de tampas, pedras
E largando a carga no pé da calçada,
Numa garagem improvisada,
Demarcada com quatro tijolos de olaria.

O amor quando vim dar conta,
Já nem me queria,
Por desajeito em lidar
,Como um carrinho carregado,
De me mostrar e me arrebatar.
Mas o amor que tive aos amores,
Ainda foi menor do que tive aos carrinhos.
Amor depende de cuidado, carinho,
Enquanto um chevrolett de plástico,
A gente suja, arranha e guarda.
Se eu fosse tratar os amores assim,
Ou teria um por cada dia,
Ou de dez em dez anos,
Quando os menos avisados esqueciam.

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TERESINA

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