BRINCADEIRA
Já tive amores
Não do tanto que tive carros de brinquedo
Com os carros perdi tempo,
Fui além da fase de menino,
Já um homem feito, vivia a sonhar com eles
É que já vim consegui-los muito tarde,
E por assim dizer, o amor vivia esquecido,
E já vim ter muito tarde,
Quando já era um homem refeito.
Brinquei puxando o amor pela lama,
Carregando-o de tampas, pedras
E largando a carga no pé da calçada,
Numa garagem improvisada,
Demarcada com quatro tijolos de olaria.
O amor quando vim dar conta,
Já nem me queria,
Por desajeito em lidar
,Como um carrinho carregado,
De me mostrar e me arrebatar.
Mas o amor que tive aos amores,
Ainda foi menor do que tive aos carrinhos.
Amor depende de cuidado, carinho,
Enquanto um chevrolett de plástico,
A gente suja, arranha e guarda.
Se eu fosse tratar os amores assim,
Ou teria um por cada dia,
Ou de dez em dez anos,
Quando os menos avisados esqueciam.
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