terça-feira, janeiro 02, 2007

CALADO

Eis que passei a vida toda calado,
Com uma boca enorme
E uma coceira na garganta
Com vontade de contar.
Contar do que me sussurrou a vida,
Em seus devaneios e se entregar,
Falar do que ouvi da boca,
Dos que tiveram coragem de não calarem,
Ah, contratempos, contrapontos de cada um,
Todos tem a sua vez,
E as vezes coincide de quando mexo os lábios
Já outro tem falado de tudo
Do que sabia e não do que não tinha idéia.
Passei a vida toda falado,
Por meus escrúpulos de cavaleiros,
Até com os homens da minha idade,
Com as mulheres, fui um esperançoso,
Que perdeu tantas vezes o lugar,
Por esperar na contra-mão,
Por onde não faz sentido,
Elas me revelarem suas paixões ardidas,
Passei a vida toda calado,
Amuado, como um menino
A quem puxaram a orelha e puseram de castigo,
Fui assim. E assim é jeito de acrescer ao mundo?
Mas foi o jeito que achei de ouvir
E o entendê-lo mais profundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Para nao ficar calada é que eu escrevo no meu blog.

Eu nao tenho com quem conversar. Mas, mas escrevo.

Obrigada pela sua visita ao meu blog.

TERESINA

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