sábado, janeiro 13, 2007

DEDUÇÕES

Uma coisa me entristece,
Saber que não fui aqui
O que podia ter sido em todos os lugares.
Uma pessoa próxima de mim
Sem medo dos meus previsíveis soluços,
Sem o castigo dos passados rústicos,
A lembrança que não quero esquecer.
Pois se esqueço estarei a ser
Um desterrado de mim,
Pra quem sempre foi assim,
Cruel com os pensamentos,
Desvirtuador dos sentimentos,
A puxador de modas antigas,
Um saudoso das caatingas,
Um perdido, um João Batista,
A comer lagartas no deserto.
A segunda coisa me entristece mais ainda,
Daí ser a segunda que me lembre,
Pois que se revertesse a ordem,
Seria leviano a não ser pouco cruel comigo,
Lembrar-se desse elefante,
Vê-lo no meu passo, dando quaro dos meus,
Já pego já destroçado, amassado, dentro da terra,
Esta dor deixo para o segundo plano,
O plano dos desenganos,
Do que não se pode mais fazer nada a evitar,
Lembrar é o pior sacrifício,
E a segunda coisa lembra a primeira,
Eu não fui, nem consigo ser
Um homem feliz, mesmo arrodeado de rosas,
Anjos acalentando o meu rosto
Com suas mãos de plumas,
Deus falando: é normal, se erra, se perde,
E depois se acha.
Mas julgo-me perdido,
Mata adentro, um esconderijo
Onde me escondo do mundo.
Esta dor de não estar presente,
Nas festas de natal, nos aniversários da vida,
Nos beijos da saída e da entrada
.


'leia LINDEZA'

10 comentários:

Anônimo disse...

"os beijos da saída..."
muito bom mesmo!

Anônimo disse...

Meu amigo Naeno, as vezes ir, entristece também, eu fui a fundo no poço do amor. Ele virou uma fossa, onde me encontro hoje.
Mas nem tristeza e felicidades são eternas, de lá sairei.
Um grande beijo!

Daniele disse...

Naemo,

Adorei a sua visita.!

Amei essa reflexão poética, densa, dilacerante !

Beijos,
Daniele.

Daniele disse...

Voltei para lhe dizer que estarei sempre aqui para me deleitar e comentar.!

"Sou como um poeta, vivo numa linha reta, num paralelo de mim.
Sou como uma saudade, carícias na minha idade. Eu gosto do pranto, de ver chorar"

Amei a sua definição, é tão lúdica, lírica, invade a alma e fim...!

Beijos na alma,
Daniele.

Anônimo disse...

Oie , obrigado por visitar meu mundinho e dizer coisas esplendidas sobre ele , pois faço com carinho e alma existentes em mim ..
Espero ve-lo mais vezes por la..
Oq aconteceu com o click q eu ñ entendi ?
bjus

Mariliza Silva disse...

É com prazer que venho ao blog de um verdadeiro poeta! Obrigada pela sua visita ao meu blog.

Voltarei mais vezes com calma, para saborear seu banquete poético.

Beijos mineiros

Mariliza

Anônimo disse...

Poemas encantadores os teus! De uma leveza e uma intensidade incríveis!
Sempre admirei a arte em todas as suas manifestações, mas a poesia, pela beleza e força, me atrai mais.
Vou linká-lo, posso?
Beijos

Érika Gonzalez Fernandez disse...

Você escreve muito bem. Obrigada pela sua visita.

Anônimo disse...

Gosto muito da tua escrita, muito muito...
Vou voltar para ler melhor.
Beijinhos*

Vanna disse...

Olá. Amei o poeminha com meu nome, mas não posso negar q nem se compara com o texto q encontrei aqui. rs
Abraços, volte sempre q quiser e puder.
Bom domingo e abençoada semana.

TERESINA

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