domingo, janeiro 07, 2007

BULIÇOSO

Na calçada o vento ler os meus poemas,
Numa velocidade motorizada.
Além do que meus olhos acompanhar
Exposto agora estou,
A tantos quantos ele segreda,
Saberão dos meus delírios, minhas frustrações,
Meus rompantes de amor.
Todos saberão que não ando feliz
Isso me fez sentir uma revolta num repente,
Resulstou numa indignação maior
Do que uma violação na carne.
Eu cá comigo guardava a proscrição
Dos meus versos.
O vento entorna, e mais interessado
Volta a reler meus papéis
E comenta, me condena.

Eu ouço, no vai e vem incontrolável
Das dobras nas páginas marcadas,
Acentos, riscos, marcados de onde
Suponho ser o meu distrair maior,
Aonde suponho haver
Algo que me comprometa
Pelos meus incógnitos pensares
Que o vento não traduziu,
Partes pequenas que a ele bastou
Para agarrar-se a mim,
No desejo de entender e dizer
De um pobre poeta,
De gramática,
Só, verticalmente estático
No seu revés, frontal, entendedor de nada.

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TERESINA

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