OLHOS DE LINCE
Quando eu não tinha estes olhos,
Em molduras de vidro,
Existiam coisas que eu pegava
E que agora a mão não vai no seu sentido,
Coisas que eu via até por dentro,
E lia os meus pensamentos,
Agora se leio uma bula,
Erro no medicamento.
Quando eu não tinha estes olhos,
De coruja dormindo,
Tinha a razão do que eu via,
Ai, meu olhar inocente,
Olhos, faróis de carro novo,
Não precisa ver de novo,
Pra me esquivar do que era,
Perigoso, algum tormento.
E os meus olhos são os mesmos
E são mesmas as coisas vistas,
Como é que pode, eu não vejo,
Eu não sinto.
Se a gente sente é pelos olhos,
E não pelo coração, o que falam,
Está explicado eu não ver,
E me esquecer da primeira amada.
Um comentário:
Oi Naeno.
É da tua autoria este poema? Muito bonito e muito sentido.
Beijos.
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