domingo, janeiro 14, 2007

BELESA

Beleza só se vê quando se risca o fósforo,
E se corre o risco de queimar a própria sorte.
Beleza é um tesouro, posto no fundo da mina,
Que só quem sabe ver, sabe os caminhos.
A beleza é um altar posto à frente, rente os olhos
E só quem se ajoelha contemplando e não ignora,
Que também há de beleza nos seus olhos aprendizes,
Onde também vê-se lume pelos mesmos caminhos.
Para se ver a beleza é condição natural,
Estar-se lindo e imaturo para as astúcias da divina.
Porque toda divindade nos espanta,
E a beleza é um quebranto.

De bem traçadas linhas,
E não há quem não se importe, lhe vendo
Não como os olhos, os dois,
Ou como o coração cheio da graça, que lhe acomoda.
E se dar como morada, oferece o bem tratar,
E se fixa no deslumbramento,
Da beleza que se aumenta,
Se aproximarem os olhos, o coração sente bater,
À porta do seu claustro a maçaneta doer,
E mão lhe toca e arde, prenuncio, de claridade,
Já os seus olhos estão prevendo a dor, que a si chamam
E seus motivos tem, aqui não fala a razão,
Aqui diante dela, é visão fácil, é ilusão.
Beleza só se tem, quando se acende o facho na escuridão.
E deixa tudo assim, como fosse outro clarão,
A luz que vêm de fora, o lume da própria beleza,
E beija o seu anel, e se beija.


'leia RIACHÃO'

Um comentário:

Alberto Oliveira disse...

beleza é você meu bem
tudo que gosto, você tem;
tem terra, tem mar, tem lua
e tem você integralmente nua.

pelada dos pés ao pescoço
que é o mesmo que carne e osso;
tudinho no sítio mais que exacto
foi assim que tirei seu retrato.


Quadrinhas dedicadas à minha primeira namoradinha que estava em dívida com a beleza exterior, mas que eu amava "lá por dentro dela".

TERESINA

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