sexta-feira, janeiro 19, 2007

MENINO

Quando eu era um menino mirrado
Bem pequeno, que ninguém percebia
Eu já muita coisa sabia,
Porque tudo o que as pessoas falavam
Eu ouvia, em todo lugar eu cabia
E ninguém me percebia,
Ou faziam de conta que eu não existia.
Um anjo com miopia,
Era assim que eles me viam.
Uma vontade de saber o que não sabia,
Curioso como um papagaio aprendiz,
E ninguém me via,
E tudo eu ouvia.
Quando comecei a falar,
Não comecei pelo que a minha mãe dizia,
Me pus a falar de coisas já de aprendiz,
Discutia geografia,
Calculava a geometria,
Delineava a filosofia,
O que acontecia no dia a dia,
Citava já algumas poesias,
E mais, curioso eu ouvia.
A história de Cristo eu sabia,
Do inquisitório, da condenação, eu via,
O erro maior da história, e não entendia,
Como é que se mata Deus, e Ele assim permitia.
Sabia de Napoleão que nenhuma guerra perdia,
De Sócrates a verdade que se puniu,
Contava a estória de Lampião
Do seu encalço, a polícia,
Armada de artilharia, mirando ele e Maria.
Mas continuava tão pequeno,
Que tudo que eu dizia,
Ou ninguém nada entendia,
Ou, como a mim não percebiam.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bonito texto.
Escreve muito bem!
Bom final de semana!
Beijinhossss

Anônimo disse...

Olá...tudo bem??
`Passando para ver as novidades e me desculpar pela demora...... Estou com um novo blog..quando puder me visite..
www.recantoepoesia.zip.net
Uma linda tarde

Luna disse...

Que pena é os adultos não saberem que as crianças podem ver mais do que eles, pois olham a verdadeira essencia das coisas
bjs

Obrigado pela visita e comentario, aquele poema foi dedicado a uma amiga que é linda mas o seu caminho tem sido muito sofrido, não era sobre mim que nem sou bonita

TERESINA

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