PARCERIROS
O sol vai minguando
Saindo sorrateiramente,
Como um a se desgarrar da família.
Acabou o arroz, o feijão não deu,
A farinha no fim,
Hoje ninguém comeu.
O sol vai sumindo
Como um pai, procurar
Onde tenha arroz
Que se venda fiado
Onde tem feijão
Que se troque por trabalho.
O sol vai saindo devagarzinho
Lhe faltam forças,
Hoje ninguém comeu.
Ele não olha pra traz
Ele deixou na porta
Aflitos e famintos seus filhos.
O sol saiu com o dia,
O dia deixou a casa fechada,
Tudo por dentro apagado,
E não deixou nadinha,
O feijão acabou,
Acabou o arroz,
O resto de farinha.
O dia foi comprar querosene,
Os dois foram caçar emprego,
Tentarem fiar,
Trocar por suor,
Comida,
Um clarão cheio de mantimentos.
4 comentários:
Gostei do poema por demais. Esta comparação que fazes do sol com um pai de família que vai atraz de luz, que alimenta, é o próprio homem à busca de Deus, a luz.
Marta Maria
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meu caro
fantástico o que se escreve por aqui
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Abraço e noite serena
Umm!!Vim conhecer seu cantinho e me maravilhei com ele.
Adoro poesia.
Parabens por postar tão belas mensagens
um abraço a você.
OI
MUITO OBRIGADO PELA VISITA QUE FEZ AO KALINKA.
VOLTE SEMPRE.
eu também vou voltar porque adoro poesia...
Dei por mim a pensar que já ri com vontade, já nadei até perder o fôlego, já chorei até adormecer e acordei com o rosto cheio de marcas que tentei disfarçar; já falei sozinha com o espelho, que já quis ser médica, escritora, actriz ou pintora.
Dei por mim a pensar que já fui criança que joguei às escondidas, inventei amigos, já andei à chuva e senti-me livre. Já estive até altas horas da noite a fazer confissões aos meus amigos ou a ouvir as deles.
Dei por mim a pensar que já rimos e chorámos juntos… dei por mim a pensar que já confundi sentimentos e segui talvez pelo atalho mais complicado e nele caminhei pelo desconhecido…já chorei a ouvir músicas, já tentei esquecer pessoas mas conclui que essas são as mais difíceis de esquecer...
Bom fim de semana.
Beijo.
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