quarta-feira, agosto 23, 2006
TEMPO
As nossas dores nunca incomodaram o tempo,
parece que ao carrasco era mesmo intento,
descascar feridas, que tínhamos como saradas,
furar os ossos com pontões bem afiados.
Para o que dói em nós o tempo para,
nenhuma folha cai, e nada se compara,
aos nossos gemidos, gritos de desvalidos,
com a dor, de alguém tão rescente partido.
O tempo, o senhor de de tudo, o dono do nada,
como ele tira, em longa fila fila, o que ele acaba
com ele nunca se conta, a não ser pro que ainda resta,
o tempo é um Deus, incomplascente, inconteste.
O tempo não dá trégua prá guardarmos sonhos,
só um pesadelo, talvez, cheio de demônios,
numa atitude sádica, poder que mude,
prá ver-nos mais em gritos, ó tempo rude.
naeno:230806
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TERESINA
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