sábado, agosto 26, 2006




SUB

Sou, minha consciência em repúdio ao meu inconsciente,

Sou o que repudia, essa burra obediência,

Do que está vivo, pulsante, sabedor de mim agora,

Submisso ao que não vejo, alucinados desejos,

Que normalmente nem sinto. Sinto o incômodo embate,

Um não fala o outro cala, subservientemente,

Entrega-se como presa, que perdeu uma batalha.

Sou explicitamente contra esse reino encantado,

Que publica decretos loucos, ai de mim não entendo nada,

Sei que os meus olhos são outros, afundam lá para dentro,

Servindo ao senhor de todos, dono dos meus pensamentos.

Um não diz, o outro propõe, guerras e o meu corpo é campo,

De embate sem luz, crepúsculos, o que eu vejo não domina,

Em nenhuma tentativa. Eu entro como mediador,

De quem sou, de quem não sou, e isso vem, uma vez por outra,

A emersão do que é oculto e o naufrágio do que tem luz.

Sou cruelmente um desafeto do homem que se alojou,

Dentro de minhas entranhas, fez campana, desmanchou,

De vem em quando ele manda sinais de maledicência.

E rasga o ventre enlouquecido, gritando morte ao demente,

A quem julga levar vantagem, e eu quero trégua, descência,

Com os dois, pobres coitados, usufruindo do que sou meus,

E eu sou tudo, que até o que está oculto, quer só me faz maltratar

naeno:250806

Um comentário:

Anônimo disse...

Bonito poema. O poeta inventaria e escreveria com tanta retidão e belesa, uma vida alheia, uma experiência que não é dele? Acho que não, você é ótimo.

Alice Rameiro.

TERESINA

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