segunda-feira, agosto 14, 2006














REVOLVER

Dei prá lembrar de quando eu tinha nove anos,
a vida não tinha enganos, era dia, era noite,
me aventurava até bem perto, da encruzilhada,
lá se acabavam os planos, findava minha coragem.

Melhor deixar esse menino quieto,
ele não dorme sozinho, com ele só,
ele acordando, eu também vou e acordo.
E vai fugir assim, meu tempo bom,
bolas de meia, bolsos cheios de bombom.
Como deixá-lo assim, vivendo um sonho,
se ele exausto, caiu sobre o meu vente,
se faço um gesto, algum intento,ele se mexe,
vira e remexe, me tortura com a saudade.
Se acordá-lo lá se vai eu, pelo tempo.
Ou encaro a cara, olhando-me no espelho
dizer a mim, numa boa: O teu tempo já é ido,
o que perdeu está perdido, não se revolve não,

é como pedra caída dentro do poço.
E eu me nego olhar, para a parede,
nem levantar da rede, se o ele não acordar.


Um comentário:

Anônimo disse...

o tempo de infância é decisivo. Dele podem escapar marcas que por todo o tempo a gente carrega, em forma de traumas que comprometem nossa vida adulta, e de simples lembranças boas, que nos acalentam

TERESINA

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