DOMINGO
Domingo. Um dia que leva este nome. Que poderia ser como os outros, O arrebol,uma promessa, depois, impetuoso, o sol. Faz frio, calor, faz os efeitos Dos jeitos que os outros fazem, Contam pra nossa velhice, Prá nossa desconstrução, Em tudo aos outros poderia ser igual, Mas traz consigo o estigma Da nostalgia, a incerteza de outros dias. Parece, de todo o tempo, ser esse dia o mais falso.
Foi num domingo distante, Que Deus ao fazer, a completude Do céu, das estrelas, mares, Vidas, sinas, com bondade, Foi esse dia escolhido para Criador descansar. A nós fugiu o descanso, É ele o dia que para, Deixando tristonhos amores, Fazendo-me triste, mais do que já sou.
Hoje uns hibernam e descansam, Dos dias muito menos cansativos, Hoje são todos santos, calmos em seus estios, Passam de terço na mão, com o legado de Deus posto à mostra, nas igrejas elas se prostram e se admitem com culpas.
O domingo deixa a gente vulnerável ao perdão, As canções que ouço, tristes, bem perto, tão longe vão, Vêem forçadas no vento, não ficam no esquecimento, As manhãs, as tardes , noites. A cidade quieta, se espalha, agora mais espaçosa. Exibe a lembrança e a pressa, Da noite que não é nada, E se passa por sobre ela, par fazê-la passar,
Porque os domingos são tristes, Se forem pra serem normais Não serão mesmas as pessoas, Que escolherem entre outros, O dia para se lamentarem, E se julgarem, aos seus prazeres, E também se condenarem, Fomos nós mesmos que fizemos Dele um dia malogrado
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