terça-feira, agosto 22, 2006

SINA
Seguir calmaria a fora, sem dar-me de mim na espreita,
jamais, se consumaria assim, eu nunca pensei no abismo,
só nas planícies, também não ousei, perder tempo e pensamento,
sei que a vida é instinto, e instintivos somos nós,
ela cai por onde anda, sem saber, cambaleando, arredia do seu lugar,
nós à caça dela, tentando adestrar a cadela, bravia sem respeitar.
Perguntem quem me conhece a fundo, a mim, a quem não poupa o mundo,
fugirias de um embate sem matar vida e o escarlate sangue do coração?
Te responderia austero: na vida sou o que não quero,
e sei ela é uma espera,e que também muito espera, do homem de há em mim.
Se eu nasci foi por que quis, a sina, meu pai minha mãe,
e o mundo fazia festa, e essa lembrança detesta, meu ferido coração.
A luta, a vida, eu, na pessoa, de quem diz-se imcompreendido,
nenhum procura saída, se fosse era solução, pro tempo parar,
não quero, eu quero o fervor da luta, usando de força astuto, e
mpurro-me de encontro a ela, e ela num destoar, que a pouco eu vim notar,
gosta quando me encosto nela.A roupa é de veludo, conforta-me o corpo e a alma,
ela chamando-me prá si.
Vida , vida, é o que pulsa, a ferida, a euforia de um mouro vencendo numa batalha,
também ela é calmaria, silêncio de catedral, cume quieto, um vestigio,enquanto não volta a fala;
é barulhenta brigona, ciumenta, respondona,castiga apenas por não gostar, do que ouve,
uma cantiga, que se tem no coração.
Vida melancolia que por tudo deita e chora, por companhia ela implora,
de qualquer vulto que passa, ela se entrega e abraça, gemendo baixinho, chora.
Eu não nasci para a vida? Ela é que nasceu prá mim,
pudesse eu escolher o tempo,o jeito a situação, a dor que o rebento sente,
com ela me bateria, ela na entrada eu na saída.
Seria uma albarroada, de touros desgovernados, apenas pela fúria,
e um entrava no outro, do jeito como foi doutros ela também seria minha,
e eu presente cativo, ela a felizarda, duvido, mas por sina, obrigação,
nela escancharia até que, que num tempo, cansados, já um do outro,
machucados, ela sentava perto, me chamaria e eu a ela chegava,
assim seria, na vida, nossa primeira convera,
ela diria rezei tanto, eu, paguei todas as promessas,
foi por issto, só por isto,que agora, nós dois, estamos vendo,
que o filme que fizemos, presta não. É ridículo nos embates, nas tomadas de cena,
há momentos que tu ascenas e eu não levando a mão.
Vida, ê vida, vício de quem impulsiona, no instinto de ver cumprida,
os passos todos da estrada, se lança sem dar parada,
sem pensar, sem fazer nada, fazer o que todos fazem, amar, comer, e beber

naeno:230806




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TERESINA

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