OFÍCIO
Eu faço poesia como quem conta o tempo, é o mesmo efeito que faz um tormento, eu faço poesia, sabendo desmanchar-me, na pressa de logo acabar, o intento, antes do tempo de eu parar e notar.
Eu faço poesia como quem faz planos, sabedor, espero, logo, o desengano, eu faço poesia como quem um dia não teve o privilégio de fazer uma cria. algo que lhe mude de um bicho rude, em feliz mortal,
Eu faço poesia como quem desmancha, e mexe em coisas, que o melhor era não, faço de mim produto e matéria, e a poesia um dia andara etérea, e eu ocuparei enfim o seu lugar.
Eu faço poesia com caneta, papel, e descubro em mim mal interpretado, o que eu desejava falar não ousei, quebrei meu caminho, prá logo chegar, comprometendo assim, meu belo papel
naeno:091206
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Um comentário:
Muito bonito poema. As rosas é que sobraram. Um beijo
Ana Zélia
S. LUiz
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