terça-feira, agosto 29, 2006



INSone

Alta madrugada, a tarde da noite,
e essa estrada vai, descambar aonde,
sempre nestas horas,
tempo que eu nem sei.
É o ocaso da noite,
a noite mais turva ainda,
e aonde vou, e estrada,
vai descambar num rio.
Aqui pela cidade, toda madrugaga,
aporta num rio,
se você for certo, mesmo pelas curvas,
numa noite turva você cai num rio.
Alta madrugada,
as casas abandonadas,
protegidos os sonhos,
mas que á insones, como eu, agora,
querendo estar fora, da casa, de si.
Alta lua clara, iluminai a estrada,
se não como tantos, vou bater no rio,
o rio é estra estrada, sem casas, sem nada,
lá não sou eu quem anda,
nem poderia, devagar,
divagar, na rua, sei, poso,
mesmo até sonhar,
mas no rio que corta,
ele traceja em postas, sonhos, devagar,
e nesse molego, de caminho e passo,
parece que caço a mim, na madrugada,
madrugada alta, que nunca amanhece,
talvez com sol, o dia,
com a lua a noite,
meu coração se esquece.

naeno:1991



Um comentário:

Anônimo disse...

bonito poema. Às veses, aliás na maioria das vezes eu me sinto assim, sem destino, sem saber bem das coisas que me rodeiam.


Izaac Batista

TERESINA

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