sábado, agosto 19, 2006

SOLO SECO
para H. Dobal

O homem partido em dois,
em coração e semente.
O tempo todo ele sente...
no temo vai se mostrar,
rebelde com seus fracassos
intentos, de uma colheita,
que só dar nem prá encher a cuia.
E quantos alqueires virgens,
suas mãos, de engano, desmatou,
cavou, cobriou-se com a poeira,
do vento arrastanto, louco

a areia de volta pras covas.
Chover, seria o remédio,
curaria-lhe semente e coração,
o coração das dores sarava,
a semente rasgava o chão.
Mas já não ver muita coisa,
a poeira tapa-he a visão,
nem sabe acertou a semente,
dentro do coração.

naeno:190806




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TERESINA

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