sábado, agosto 26, 2006



BARCAROLA

Ontem me deu a vontade de ir lá para o lado do cais,
chegndo lá, encontrei pessoas do mesmo tanto de senpre,
a elas, há muito tempo não sei ter visto, haver encontrado,
todas olhavam rumo á nascente, aonde é que se pressente,
o sino da barcarola, sempre que, pontualmente,
chegava com seus acenos. Pessoas de braços prá fora.
A embarcação demorava, muitos, todos, reclamavam.
Uma coitada senhora, que esperava a filha grávida,
com problemas de emergência, e remédios só na capital.
Alguns esperavam parentes, galinhas dentro de cofos,
carnes, legumes, redes, doentes para serem remediar,
e eu olhava, contemplativo, o rio. Pouco, me via preocupado com a embarcação.
Eu fui revisitar na tarde, bem antes do sol se por, o cais, o rio,
a mesma hora que em dias, eu ia esperar, saudoso, chegar a minha amada.
Me lembro que ela descia, antes mesmo de a lancha atracar,
que batia o casco no cais, ia e voltava com a água, e até que se quietasse,
já estava eu junto dela, esperando de uma janela, a sua linda mala.
As pessoas angustiadas, com o atraso da barcarola, alguns já tinham deixado
prá mais tarde, foram-se embora, com planos de mais na frente,
quando ouvissem a sirene, voltavam de novo ao porto.
Sabiam: a barquinha vem. Como é certo que ela atrasa, era também que chegava.
Atônito com o desespero daquela gente esperando a barca que nunca vinha,
sentei-me, um solidário, dormi como um operário, acordei não vi ninguém.

naeno:270806

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TERESINA

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