CAÇA
Quem, atrevendo uma aventura,
Entrar no próprio coração,
Como penetra uma caverna escura,
Reter na mão a primeira pedra que tocar,
Tão surpresos; o que se achava esquecido,
O que achava esquecido.
Amores vão pelo chão,
De susto, repulsa pura,
Um não deseja outro,
Outro não quer ficar com mão.
Amores mortos nem visita se faz,
Amores mortos, moram na nossa casa,
Amores sumidos os olhos captam
De longe e deixa prevenido,
O peito, a mão a boca, insana
Que por muito custo não o vai beijar,
Por que se for vai o corpo inteiro,
E ai é difícil remediar,
A mesma doença, o amor,
A mesma melancolia, a dor,
Os mesmos remédios, o amor.
naeno/03/08/06
Nenhum comentário:
Postar um comentário