sexta-feira, outubro 27, 2006














A ARANHA

A aranha arrasta a linha
E amarra no inexistente ponto
E pontilha, quando retorna,
Do outro lado, da mesma forma,
E vai puxando, e vem trazendo,
E faz os contornos como se estivesse,
Num espaço imaginário.
É um fio, é um ofício, não é nada,
O que a aranha caprichosa, tece,
A teia, não lhe protege de nada,
Nela não mora, a namorada,
Nela não cria, a aranhada,
Nela se esfria e se quieta,
E adormece de cansada.
E quando alguém a ver deitada,
No inexistente esplendor,
Deita-lhe o espanador
E desmorona o seu projeto,

A teia do indestrutível teto.
naeno:271006

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TERESINA

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