sexta-feira, outubro 20, 2006




LIMITES DE MINHA TERRA

A minha terra, longe de ser o céu,
rasta na terra, num lastro um areial sem fim.
Um escombro da natureza,
onde descançam, do violento impacto,
pequizeiros, cajueiros, paus darco,
o cantar sem rogos dos passarinhos,
vítimas do mesmo destino,
desencontrados no mesmo sonho.


Não há o que se ver na minha terra,
a não ser o triste fardo que o tempo lhe impôs,
em ter de alimentar, matar a sede
dos sobreviventes,
e os que já foram,
saíram por esta ausência.

Falta de todas as formas.
Humana, desumana,

com alma, desalmada,
aqui onde nada há,

e sempre o nada haverá.

Saudades... sinto! Não do que já vi,
mas do que não vi, só ouvi falar.
E quem falou, não conto para repetir.,
e eu queria de novo ouvir,
desta vez mais atento,

certificar-me de que
não foi pura invenção
que aqui já houve, tantas bonanças,
tantas crianças,
de quem ele tantas vezes ,falou.
naeno:201006

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TERESINA

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