SOU

Sou um projeto inviabilizado
em seus objetivos e quantidades.
Não me presto a ser objeto denominado,
nem o qualificado em suas minúncias,
porque nem sempre chove o suficiente,
ao chão se rasgar e brotar a semente,
porque quase nunca, dado ao infortúnio,
a gente chega ao tamanho esperado,
e nem se é assíduo como o sol,
que todo os dia volta, e toda noite vai.
Sou um cálculo malogrado,
com a diferença prá menos,
e uma grande porção sobrada.
Sou esse projeto guardado,
ainda por ser avaliado.
Mas de antemão já se sabe,
nada ficou preparado,
a construção, os insumos,
o produto, o resultado.
Sou assim, improvisado,
e na medida do que sou,
dou-me por satisfeito.
naeno:231006