domingo, outubro 29, 2006

IMPRODUTIVO























Deixei o meu coração aos posseiros,
Aos grileiros, passei-o ao governo,
Para que se utilizem dele, à vontade.
E não fiz nenhum tipo de condição,
Eles sabem é um coração, porção.
De mim abandonado. Sem valia,
Sem serventia, que nenhum queria.
Doei meu coração para não vê-lo
nas condições em que se achava,
abandonado e triste, sem um vivo,
alguém que pelo menos o olhasse,
mas nem com isso ele contava e
na proporção do tempo mais ele
ia se entristecendo, ia morrendo,
se desfazendo em ermo campo,
te todos, refugiados. Sumiram
de seu domínio, o Amor ardil,
disso ele mais se ressentiu. Caiu,
numa doença que não tinha cura,
uma amargura, de uma largura,
maior que suas fronteiriças. Só,
abandonado, triste, perder o
único que existe, para quem só
ele dava concessões que a outros
não. Coitado do meu coração,
agora cheio de bandeiras, pás,
picaretas, cavadeiras, gentes,
de toda procedência. Vão tirar
sua inocência,. E nem darão
para ele, dele, um lugar para
o amor, a quem ele ainda ama.
naeno rocha






















OUTRA CHANCE

Perto de onde nasci
Quero também morrer,
Só para provar a vida,
Que em tudo, fui pouco.
Pequeno no nome,
Nas idéias necessárias,
Nos afãs de ir à frente,
Ficava lá pra traz.
Pouca carne, mais osso,
Muita desventura,
Pouco alcançava,
Me projetei a um palmo,
Desde o começo,
E com retardo, cheguei,
Aonde todos já tinha passado.
Perto de onde morri
Queria nascer novamente,
Pra ver se a vida, essa vez,
Não repetisse de novo,
O meu desempenho de um,
Queria agora ser dois,
Pra ver se a dois palmos chegava,
mesmo que já fosse depois.


Ah! Eu pediria à vida,
Na outra vida dá-me
O mesmo bom amor.

naeno rocha

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TERESINA

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