sexta-feira, outubro 27, 2006
PODE O AMOR
O que se pode fazer
diante da sentença escrita,
a não ser pedir, pedir,
em nome de Deus, isistir,
na vida, na vida.
E implorar, se ajoelhar,
e jurar, nunca mais, nunca mais.
E ainda assim não está a salvo,
a sentença de um algoz,
é uma martelada ceta, um nó.
Que por nada se desata,
o réu inocente ou não, coitado,
terá de encarar o tablado,
o laço, o cadafalso,
o olhado de tantos falsos.
E na mistura, no grande tacho,
borbulham medo, o agoniado,
já com a cabeça projetada.
Ele não se ver mais dotado,
nem de amor, nem de ódio,
passaram-se, eram puro ópio,
e deles ele se fartou:
amou, amou, amou,
não se entregou, se deparou
antes com o emissário,
uma carta, um deplorável texto,
que atesta o amor uma desgraça,
uma desavença, um agravo,
aos olhos que não lhe ama,
e nem lhe engana, cética,
de que é uma atitude insana.
Execute-se
naeno:271006
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TERESINA
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